quarta-feira, 21 de abril de 2010

Agent Orange - 18/04/10

É, amigão(ona), o que aconteceu na Rock 'n Drinks (antiga Drinkeria Maldita) em parceria com a Kopos Sujus no domingo do dia 18 não dá nem a mínima vontade de escrever uma resenha. A vontade que dá é de sentar num boteco, pegar uma cerveja e bater um papo alegre e descontraído sobre o show que foi tão bom, tão revigorante, que colocava qualquer fonte de juventude no chinelo.

Era a estreia da Rock 'n Drinks, com sua nova alcunha e foi provavelmente o melhor show da casa (contando com a época em que usavam o outro CNPJ). A casa, que praticamente virou casinha de tanta gente, se fosse viva provavelmente iria sorrir e poguear com os prédios vizinhos; era impossível não ficar alegre naquele lugar depois que o relógio marcou 21h 40m e foi foi feito o anúncio da banda californiana do dia - "Com vocês, Agent Orange!".

E, com os riffs de Pipeline e um pogo frenético, começava o show que relembrava os anos 90, até para os que não o viveram. A amizade plena, o respeito, a paz, o que construiu tudo que há de bom na cena do Rio até hoje estava presente no show junto, é claro, da velha (velha?) guarda carioca.

Ao som de Tearing Me Apart, seguida por clássico atrás de clássico, como It’s All Blur e Say It Isn’t True, o show ia ficando cada vez mais intenso. As primeiras pessoas começavam a dar seus humildes Body Surfings e a velha guarda começava a tirar a teia de aranha do cotovelo pogando como rapazes de 20 anos e, consequentemente começava a dar seus stages mostrando que Mike Palm (vocal, guitarra, fundador da banda e rei da simpatia) não era o único coroa cheio de energia da casa.

E antes que eu fique tão empolgado com pogos, stage dives, etc e me esqueça, é bom lembrar da - bela - homenagem feita pelo Mike ao presidente da Polônia que morreu há pouco tempo dedicando Too Young To Die à ele. Bacanaço!

Seguindo, a irretocável gig teve El Dorado, No Such Thing, Mr. Moto, I Kill Spies, Somebody to Love (tem algum hippie aí?), Miserlou, Breakdown, Voices In The Night e todas as músicas que os mais "chatos" podiam querer. Teve até America (para este chato que vos escreve) e Police Truck! Eu disse irretocável, chefia! Lembra?

Fora que fazia muito tempo que não via um show desses, perfeito na duração e na set. Na maioria das vezes as bandas acabam tocando músicas de menos ou acaba tocando músicas demais e, por isso, quando faltam 3 músicas pro fim o público já está meio indisposto. Mas não com o Agent Orange! Com eles foi na medida! Também, é fácil de se entender isso já que a banda está na pista há um bom tempo e provavelmente já conhece todos esses macetes.

E, antes que você pense o contrário ou pense que eu esqueci, claro que Bloodstains foi a responsável pelo famoso ponto alto do show. Aliás, a casa quase quebrou no meio! E seria até ingrato usar de um português menos claro pra definir esse momento. Mas como isso era muito óbvio - o que não deixou o show nem um pouco menos legal - deixei pra dizer isso no final em um maravilhoso e tradicional parágrafo exclusivo.

Fechando o show, The Last Good Bye dava o melhor tchau do ano; era o fim perfeito (e olha a palavra 'perfeito' aí de novo)!

E com a missão (turnê) cumprida da melhor forma possível o Agent Orange só foi mau em não deixar o Social Distortion fazer o show do ano...



Abraços!

sábado, 17 de abril de 2010

Social Distortion - 16/04/10

Eram 20h da terceira sexta-feira de abril de 2010 quando abriram-se os portões do Circo Voador para que, depois de 31 longos anos, muita gente pudesse ter a sensação de que pode morrer sem medo de não ter visto Mike Ness e companhia. Finalmente o Social Distortion estava no Brasil e mais: no Rio de Janeiro, o túmulo do rock.

E como não podia deixar de ser, esse tempo todo acumulou muita gente que não perderia por nada a presença dos californianos por aqui, ou seja, o público felizmente não decepcionou como alguns achavam que poderia ser quando viram o preço do ingresso e ainda mais quando viram a lona vazia que só enquanto rolava o show do Carbona, que abria a noite.

Carbona que teve a cascuda e maravilhosa missão de abrir para as maiores lendas em atividade do punk rock internacional e que fez muito bem seu humilde trabalho da noite. O Circo ainda estava vazio, é verdade, mas pra quem estava dentro da lona ansioso pra cacete foi um ótimo show; aliviou a tensão muito bem. Mas uma coisa que me chamou a atenção foi a ausência do Melvin (baixista do Carbona), em viagem sei lá pra onde, que foi substituído pelo Lerik, que segurou muito bem a onda, aliás. E, particularmente, fico com uma certa pena do Melvin por ter perdido a noite - então, um abraço Melvin! Não esquecemos de você neste lindo dia.

Feito o show anti-ansiedade dos Carbonas, começava a arrumação pro show mais aguardado no Rio desde... Sei lá... Ramones?

E depois de uma certa espera a banda entra aos poucos, começam os acordes de Road Zombie e a vida de muitos passa à frente de seus ouvidos e em seguida à frente de seus olhos ao ver que Mike Ness, aquele cara que muitos ouviam há tanto tempo, mas nunca tinham visto de verdade, realmente existia.

Em seguida, Under My Thumbs dava calafrios e anunciava a todos a voz de Ness, provando de uma vez por todas a existência do ídolo. E assim começava a set list (aqui) que divergiu opiniões entre todos! Se por um lado não faltaram músicas importantes como Bad Luck, Bye Bye Baby, Ball And Chains, Ring Of Fire (que fechou o show) etc, era impossível não faltar outras músicas, como Cold Feelings, I Was Wrong, Story Of My Life, entre outros. O Social tem o invejável "defeito" de ser, digamos... Bom demais pra caber em um só show.

A verdade é que a banda é perfeita pra cada um de uma forma pessoal e única. E pra mim, como autor desse humilde texto, é impossível citar um momento ou outro como ponto alto do show; essa parte cabe a você, leitor! Alguns acharam que foi Reach For The Sky (eu), outros que foi Another State Of Mind, outros acharam que foi Don't Drag Me Down, outros Highway 101, outros acharão que o melhor momento foi o tombo mais maneiro do mundo de Mike Ness, outros acharão que foi simplesmente tudo, enfim! A banda viverá sempre com isso. E é esse um dos enumeráveis diferenciais do SD.

E de alguma forma esse era o tipo de show em que muito antes de se saber até mesmo o preço do ingresso já se sabia que iria ser maravilhoso, inesquecível e, para muitos, a realização de um sonho. E digo mais: a "falta" de algumas músicas faz, pelo menos para este que vos escreve, com que o show pareça interminável de alguma forma. É como se ainda estivéssemos lá e que a banda ainda voltaria pra tocar todas as músicas que faltam para você ou para mim.

Um desses famosos shows que não terminam. Para muitos o show do ano. Ou seria da década? Aí é com você, amigão!



Abraços!