terça-feira, 27 de julho de 2010

CHC Festival 3 - 25/07/10

Depois de um primeiro dia de sucesso, comprovado pelo ótimo público na Audio Rebel, o segundo dia do Chapolin Hardcore festival 3 (me falaram que eu podia usar minha imaginação pra "nomear" a sigla), comprovou a velha teoria de Roberto Amorim de que tudo que é bom tem que durar o dobro. O segundo dia, apesar da promoção em que, quem fosse no primeiro dia do festival entraria de graça no dia seguinte, contou com um público menor; 2/3 do público do dia anterior.

O começo do primeiro show do segundo dia da terceira edição do festival estava previsto para depois da vitória do Flamengo sobre o Internacional, mas como isso infelizmente não aconteceu, depois da primeira cerveja da noite subia ao degrau, da Audio Rebel, o Malvina, de Niterói. O 0,666666667 de público do dia anterior, ainda recatado, chegava pra ver o trio, que faz um som raro no Rio (estado) e até no Brasil; famosa escola Belvedere. Bela surpresa saber que existe uma banda dessa por aqui pelo Rio. Aliás, mais uma das grandes surpresas do festival.

O único problema, é que não puderam terminar o cover de The Decline, do NOFX, que por ser a última música do show, não pôde ser tocada por completo, por causa do tempo (tá, eu sei que tocaram ela por último de propósito pra "não dar tempo").

Após o Malvina, subia ao palco o já clássico Halé! Banda local, praticamente dona da casa, perfeita pra lembrar a nós cariocas presentes e aos integrantes das bandas "gringas" que estamos no Rio e que aqui o bagulho é frenético mesmo! Na pele!

O Halé fez o show de sempre! O show divertido em que você se vê obrigado a ir comprar uma cerveja rapidinho pra cuspir em cima de alguém e quando não tem ninguém mais pra cuspir você mete ela goela adentro num gole só pra poder pogar logo. Sem frescura! No SECO! Sem neurose e sem gracinha. Assim o Halé fez sua parte, seu show divertido, bacana, gostosinho e sensual. Mas... Com o público ainda recatado.

Até que chegou a vez do H.E.R.O. O sexteto - de seis - de São Paulo fez questão de lotar o palco da Rebel - e um pedacinho do chão, com o vocal (Tranka) - pra tocar seu hardcore melódico. Hardcore desses que eu, aliás, pensava que não se fabricavam mais. Com uma pegada a la Street Bulldogs com alguma pitada de Garage Fuzz (pra falar apenas dos gringos do Brasil) e com direito até a cover de Sheep And Shepherds, da primeira banda dessa frase, a banda fez, sem dúvida, o show mais agitado da noite construindo até mesmo o liquidificador do hardcore: vulgo Circle Pit. Fora os body surfins que começaram a aparecer na noite.

O H.E.R.O, aliás, é uma dessas bandas que, eu vou guardar um adesivo com carinho na minha caixa de sapatos. Vai valer bastante depois de um tempo. Certeza! E se você não foi, poxa, cara, sinto muito. Perdeu o show mais legal da noite e, na minha opinião, dos dois dias. Mas tudo bem! Daqui a uns anos te vendo um adesivo caro pra cacete, se quiser. Eu peguei dois.

Pra variar, depois de mais uma vez seguir o clássico ritual da cerveja/papo/visitinha no merchan/cerveja/cerveja era a vez do Auria (que veio lá do ES) penúltima banda do festival. Passei um tempo tentando analisar a banda, procurando uma forma de explicar como ela é sem usar muito de neologismos, mas... É uma especie de hardcore melódico bruto sem ser bruto, melódico por baixo da pele. Algo no maior estilo The Fire Still Burns.

De qualquer forma, esse objeto sonoro, maneiro pra cacete, de mais uma banda que tocava bem pra caramba ao vivo, era representada fielmente, pelo possuído vocal, Rafael Braz (sim, li no myspace (tá lá pra isso, né?)). Imagina um cara sentindo de uma forma muito forte um hardcore melódico por debaixo da pele! Imaginou? Então pronto! Consegui explicar! Ufa!

Depois do forte show do Auria, rolou uma coisa muito legal, que apesar de parecer pequena pra alguns, não poderia deixar de ser dita aqui. As camisas de todas as bandas (que tinham camisas) que participaram do festival foram distribuídas pelo palco em todos os cantos possíveis, como bandeiras. E nesse clima de união, começou o show dos praticamente sócios (e no dia eram mesmo) da Audio Rebel; Plastic Fire.

Reynaldo Drogba comandou a festa como se não houvesse amanhã (segunda feira) e, escandaloso pra caralho, fez o de sempre, arrancou vários bicos do Daniel, Guitarrista do PF, e promotor do evento, ao fazer suas presepadas pra lá e pra cá.

O show praticamente não foi do Plastic Fire. Não só deles. E não estou falando de quando uma banda faz um show muito legal e o público agita tanto que é como se o show fosse da plateia, estou falando de um vocalista que não sabe onde está o microfone. Bom, acho que deu pra entender direitinho a coisa. E acho que dá pra entender, também, se eu disser foi o show mais legal que já vi do Plastic Fire, né? Então tá dito!

Show pra matar todos os micróbios, com moshs, stages e porradareations, melhores que qualquer calistenia, acabando de vez com o life bar de quem ainda tinha alguma energia ao fim dos dois dias de festival. Principalmente quando rolou Bem Estar II, do Noção de Nada que foi , literalmente, pra pedir arrego. Negativo deu o "tchau" mais conhecido da Rebel e, assim, depois de dezenas de abraços suados, terminava a noite e a semana. Perfeita porque teve um fim.

O problema, que na verdade não é problema nenhum, é que agora nem sei como concluir isso tudo; festival. Parei com cara de pastel em frente a essa tela (a minha)... Pensei, pensei... E concluí que, quem foi ao evento entenderá minha falta de palavras ou falta de desenvoltura pra terminar esse humilde texto dizendo que, esse foi o melhor festival que já fui na minha vida, que nunca vi tanta banda legal em dois dias, que vai demorar muito pra acontecer um festival tão legal de novo, etc, etc.

Mas, tudo bem. Hoje troco minha criatividade conclusiva por nove nomes:

Medievaz, Take Off The Halter, D'Front, Rótulo, Malvina, Halé, H.E.R.O, Auria e Plastic Fire.

Nove nomes que guardei.



Abraços.

CHC Festival 3 - 24/07/10

Sabe aquele final de semana digno de filme dos anos 80? Tudo é curtição e em um momento o protagonista, com seu cabelo em formato de tigela e uma camisa do Smurfs diz: "esse é o melhor final de semana da minha vida!". Sobem os créditos e você vai pra casa pensando: "porra, bem que eu podia viver algo assim algum dia" (exceto pelo cabelo e a camisa do Smurfs, é claro).

Possivelmente passei por essa experiência nesses dois dias em que rolou o CHC (caralhão hardcore) na Audio Rebel. O festival reuniu diversas bandas da nova escola do hardcore melódico do nosso Brasil varonil, tornando inevitável aquela gostosa suruba de sotaques. Inicialmente tocariam cinco bandas no sábado e outras cinco no domingo, mas o End of Pipe (SC) não pode vir e o Halé, que tocaria no sábado, tocou no domingo.

A banda que deu início à festa foi o Medievaz (lê-se Mediêvaz. O tempo todo falei "Medieváz"), que devido ao bendito maldito álcool, acabei perdendo parte do show e o cover que os meninos fizeram de Wake the Dead do Comeback Kid. Mas ok, vamos lá.

Quando cheguei, a maior parte do pessoal já estava no clima, sentindo de verdade a energia do som e entendendo a proposta da banda. Tanto que a primeira coisa que ouvi de uns amigos foi "caralho, que banda foda!", e foi só questão de instantes para que a catarse acontecesse comigo.

Conforme eles tocavam as músicas de seu primeiro EP, chamado Ascensão (que você pode ouvir aqui), as letras, o som, o djembê e o quinteto em si fizeram todo o sentido e me fizeram sair dali com a ideia de que o Medievaz logicamente tem suas influências, mas também é uma banda que irá influenciar... E muito.

Ainda no pique, tivemos em seguida o Take off the Halter. Lembro que escrevi uma resenha sobre o show em que eles abriram para o No Fun at All e comentei que seria uma banda que com certeza você logo ouviria alguém falar sobre o som. O maior reflexo que tive disso foi durante o show no CHC, já que levando em consideração que era primeira vez que eles passavam pelo Rio, havia inúmeras pessoas cantando todas as músicas do EP "We Took off", lançado esse ano.

As rodas e stage dives não pararam em nenhum momento! Acho que foi o clímax para toda a galera da geração Belvedere/The Fullblast (ou ultra-fast-melodic-hardcore, se preferir). Aliás, a pedidos, o TOTH tocou Subhuman Nature, do Belvedere, que foi o catalizador para alguns, que ainda estavam parados, entrarem na brincadeira. E se ainda tinha gente tímida, eles tocaram Water e Hi-Technology do Reffer, levando toda galera órfã da banda ao delírio. Ainda houve espaço para mandarem cover de Bob emendado com Linoleum, ambas do NOFX, e a partir daí, você pode imaginar a proporção que a coisa tomou.

Agora era hora dos mineiros do D'Front, que também se apresentavam aqui pela primeira vez. O pessoal assistiu ao show timidamente. Alguns caindo no mosh uma vez ou outra, outros lá na frente cantando com a banda e outros com aquele velho balançar de cabeça enquanto marcavam o ritmo com os pés - talvez por estarem recuperando o fôlego pelo show anterior.

O D'Front não ficou devendo nada e mandou uma porrada atrás da outra com aquele "quê" de velocidade que todo mundo se amarra. Algumas músicas faziam parte da demo de 2008 e outras eu não conhecia, infelizmente.

Alguns já iam saindo da Audio Rebel quando viram Renato Russo (brinks) Pedrão, vocalista do Rótulo, subindo ao palco com a trupe. Desde que ouvi o CD "A Luta", estava muito curioso para ver como seria um show desses rapazes. E posso dizer que minhas expectativas foram superadas em 200%. Show do Rótulo é o tipo de show em que se você estivesse frente a frente com um espelho, seu reflexo apontaria o dedo para você e diria: "ô seu filho da puta, por que você não está lá no meio do povo?". O som te instiga a cantar mesmo não sabendo a letra, abraçar quem você não conhece e chorar sem saber o porquê.

E como o Allex escreverá sobre o segundo dia, vou deixar logo aqui a minha posição sobre o CHC.

De coração, agradeço à galera do Plastic Fire (em especial, o Daniel) por toda a correria e terem proporcionado à nós esse final de semana fudido, com algumas das melhores bandas do hardcore nacional. Se você, que está lendo, ainda acredita que não tem cena no Rio, é hora de rever seus conceitos. E eu penso no que o paizão Rômulo Costa Reynaldo me disse no final do show do Plastic Fire. Ele me abraçou todo suado e zoado (ui!) e disse: "é tudo nosso!". E a parada é essa mesmo. A cena é nossa e nós somos a cena.


E encerro com a música Circle Pit do Rótulo:

"Quando entrar por aquela porta
Esquecer os seus problemas,
ordens e meros planos.
Nada disso importa mais,
o que vale é viver!
Vamos cantar e gritar esta canção
com o punho fechado, alto,
abraçando o irmão."

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Gramofocas - 17/07/10

Após uma espera de 5 anos, o Gramofocas voltou ao Rio - de Janeiro - pra, mesmo com o tempo chuvoso do fim de semana, matar a saudade das nossas praias, bater papo com todo mundo, tomar o maior numero de cervejas que pudessem, e tocar um pouco. O Penúltimo show dos caras rolou no Ballroom (salve!) e o último, de ontem, rolou no Cine Lapa, na Lapa. Quem bancou passagem, ligou pros caras, acertou cachê e organizou o festival em si foi o pessoal da Ressaca do Rock, que é basicamente a mesma galera da Grande Roubada.

E mais uma vez o pessoal do Ressaca do Rock/Grande roubada provou que sabe tudo de logística, já que pela 'onzésima' vez acertaram na escolha do lugar em que fizeram seu evento; casa nem vazia nem lotada, mas mais lotada que vazia, ou seja, bom público. Mais uma vez, creio, o número de pessoas que a organização do evento esperava. O que é ótimo pensando a médio prazo.

Quem abriu a noite foi o Costanzas, banda que não conhecia - e acho que poucos conheciam - e que foi, pra mim, a grata surpresa da noite - sério! Banda de Punk Rock Ramônico, Bubblegum, como o evento pedia, dessas que infelizmente não tem quase nenhuma no Rio. Os caras - e as caras - da banda seguem a receita direitinho; quero isso, quero aquilo, cervejas, 3 acordes e nessa base fizeram um show realmente interessante.

A banda também mandou 3 covers desses que você fala "poxa, que legal!": Commando (não preciso nem falar de que banda), Nega Jurema dos Raimundos e X-Ray Specs, do Lillingtons, que foi cantada pela guitarrista Angélica, aniversariante da semana passada, numa pegada meio a la Runaways, muito legal.

Parabéns, Angélica e parabéns ao Costanzas pelo show. Vocês, se estiverem lendo, sabem bem como é difícil abrir um festival como esse e manter todo mundo paradinho olhando pra vocês.

Depois, com a guitarra um pouco alta, subiu ao palco o Taub, banda da Zona Norte carioca que, eu sinceramente não sei muito bem o que falar sobre. Mas vou tentar ser... Sutil. O Taub não soube/conseguiu muito bem fazer o que a primeira banda fez; deixar o público paradinho prestando atenção neles. Não sei se por conta do público do dia, pela pegada do show, que pareceu um pouco 'complicado' ou por causa de sei lá. Mas se quiserem um palpite, acho que o show foi estranho porque a guitarra tava alta demais e por isso acabaram ficando sem 'cozinha' nenhuma e eu acabei não entendendo muito bem.

Antes do evento dei uma ouvida no myspace do Taub e achei bem legal, de verdade. A banda é Hardcore e mistura um pouco de outros estilos de um jeito até bem interessante de uma forma bem acariocada, mas... Achei o show, assim, chato, apesar das amigáveis cusparadas de cerveja na cara dos integrantes da banda, que é algo realmente divertido. Mas é 'aquilo': teve gente que gostou, teve gente que não! Achei chato, mas é a vida! E não tomem minha opinião como padrão de nada, por favor!

Depois de uma (s) cerveja (s), era a vez do Carbona, que dispensa apresentações, no show de lançamento do novo álbum, Dr. Fujita Contra a Abominável Mulher-Tornado, mas que acabou tocando só uma ou outra música do álbum novo, como o Massacre da Serra Elétrica e Valentina, talvez pra não comprometer muito a set, já que o disco novo ainda não foi lançado fisicamente. Prevaleceram os clássicos "Taitanos", como 43, Meu Primeiro All Star, Quero Ir Com Você Pra Lua, Copo D'água e Esqueletos Em Todo Lugar. Essa última num momento "Self Service de plateia".

Provavelmente o ponto alto do show do Carbona foi a inusitada cover de Sempre Que Eu Fico Feliz Eu Bebo, do Gramofocas (!), com a participação do Paulo (baixista e vocal do Gramofocas), que quando ouviu "felicidade vem e vai" saiu correndo em direção ao palco, claro!

Aliás, o Carbona fez um showzaço. Talvez o melhor show dos caras que vi desde que viraram quarteto, apesar da falha da guitarra do Henrique (vocal e guitarra) na metade do show. Talvez o show tenha sido tão legal por conta do clima do local, por ser o público certo. O Show teve direito até a Macarroni Girl (YEAAAH!!!!!) e ao cover de Rockaway Beach, dos Ramones (mais um na noite), ambas em homenagem ao Pedro, baterista e aniversariante. Ah! Parabéns também, Pedro!

Até que, depois de um gole aqui e um gole lá, subia ao palco os Distrito Federaienses (ainda não sei o adjetivo pátrio de quem vem do DF) do Gramofocas. Viva Boris Yeltsin abriu o show e fez com que acontecesse uma daquelas coisas que todo mundo sabe que vai acontecer mas que é inevitável, não tem jeito; pogo!

O show continuou com uma set list pra ninguém colocar defeito (a não ser que esse ninguém seja muito chato, mesmo), com músicas como Bagaceira Baby, Baby você não tem pudor, A Filha do Dono do Bar, Você é Meu Rolinho Parmalat, Eu Queria Comer a Raquel, Country Song, Um Gole Aqui Um Gole Lá, do primeiro disco, além de Ela só Pensa Em Apanhar, do Split com os Capotones e da música nova Brasamora, incessantemente pedida pela plateia com interferência sem nenhuma interferência do Paulo, diga-se de passagem.

E como se não fosse o bastante 2 covers de Ramones na noite (e não era mesmo) o Gramofocas fez questão de tocar o seu também pra não ficar de fora da brincadeira; R.A.M.O.N.E.S. e por que não fazer mais um cover, na noite, não é? Pensando nisso, numa brecha da set, rolou também, da parte dos Gramofocas, a cover de Hybrid Moments do Misfits, com a participação especial de um anônimo (que eu conheço, mas que pra você é anônimo) nos vocais durante metade da música.

Além de tudo isso rolou também o processo contrario do show do Carbona e o Henrique e o Pedro subiram ao palco pra cantar Sempre Que eu Feliz Eu Bebo com a banda. E essa música é boa mesmo pra fazer o frenesi dos shows, fez duas vezes. E pelo visto se alguém a tocasse pela 3ª vez na noite faria de novo.

Pedrinho Grana ao anunciar Por Que Existe Ressaca?, dedicando-a ao amanhã (que felizmente era um domingo), dava o tom de despedida a todos no show e misturava mesmo que implicitamente um misto de satisfação e tristeza pelo fim do show. Mais um desses sentimentos previsíveis e inevitáveis.

E pra terminar esse humilde texto eu poderia dizer que foi uma bela noite, que quero muito que o Gramofocas volte logo (e quero mesmo), ou que saí com uma felicidade imensa e uma sensação de que realmente valeu a pena sair de casa na chuva pra assistir ao show, mas prefiro terminar dizendo outra coisa.

Punk Rock não morrerá. Não vai e não pode. E obrigado por contribuírem pra isso, Gramofocas, Carbona, Taub e Costanzas. Valeu mesmo!



Abraços.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Zander - 02/07/10

Depois de uma sexta-feira agraciada por mais um semi-feriado copeiro - e desgraciada por um tal de Sneijder -, rolou na Planet Music, em Cascadura, o show da (ou do) Zander - que, pra quem não sabe, é a banda do Bill pós Noção de Nada e Deluxe Trio. Foi o último show da banda por aqui antes da gravação do novo disco, que eu adoraria saber o nome pra escrever aqui, mas ainda não sei.

A casa teve bom público. Não lotou, mas, particularmente, deu o público que eu, como mero desconhecedor de assuntos relacionados à logística, esperava. Não sei contar direito, mas havia entre 50 e 70 pessoas, que ficaram bem distribuídas no chão quadriculado da Planet. E, como sempre, torço pra que a galera da Maniqueísmo Produções, responsável pela organização do evento, não tenha tomado prejuízo. E no fundo acho que não tomou mesmo.

Pra abrir o evento foram escaladas quatro bandas; pra variar uma delas faltou (o Outrora Fractal). Aliás, é engraçado como sempre falta uma banda. E nem me refiro ao Outrora, mesmo porque não sei o motivo dos caras terem faltado e o ser humano está sempre sujeito a qualquer imprevisto - eu também adoro faltar à faculdade -, mas é curioso como sempre falta uma banda, só curioso mesmo.

E na verdade "as bandas de abertura não merecem muito destaque mesmo". Foi o que o público "pareceu ter achado", pois o Folhas de Inverno tocou pra pouquíssimas pessoas (daquelas 60, por aí), assim como o Repúdio - sendo que todos estavam na frente do local bebendo suas cervejas, o que é normal, mas eu, curiosamente, dessa vez estava lá dentro e acompanhei as bandas.

Infelizmente acabo ficando sem muito o que falar, já que os shows foram curtos e meio sem inspiração. tocar pra pouca gente sem receber muitas palmas é "aquela" coisa, né? Sempre complicado. Mas, pra fazer valer a presença das bandas, vou dizer que o Folhas de Outono é uma banda de Screamo, que você pode ouvir aqui, e que o Repúdio é o Repúdio; crossover bolado com alguma pegada punk.

Depois das duas bandas, subiu ao palco o Plastic Fire, do vocalista Rômulo Costa Reynaldo, já quando o público sentiu frio, ficou sem dinheiro pra mais cervejas, teve de ir no banheiro ou queria mesmo ver a banda e adentrou o recinto. E o Plastic Fire é "aquilo", né? Tocaram o seu EP (E.xistência P.arcial), algumas canções novas, algumas semi-velhas, algumas semi-novas e assim foi indo. Aliás, como já é a terceira vez que falo do PF por aqui, vou usar a frase de um amigo pra ilustrar a presença de palco e participação dos caras: "Maneiro o vocalista! Cheio dos mereguedengues!". Falando nisso, provavelmente foi o melhor show da banda desses três recentes do qual falamos aqui no blog (esse (esse) esse e esse); só porque o patrão tava lá, né?!

Voltando a falar do público, apesar dos mereguedengues do Reynaldo fanfarrão e da boa apresentação, o público estava recatado. Aliás, é o público do Zander, né... Um público mais sensorial, diria.

Depois de um ajuste no som aqui e outro aqui também, Gabriel (o Bill, pô) dá seu boa noite e a banda começa a fechar a madrugada com Senso - e sem o Phill nas guitarras. O guitarrista, que também toca no Dead Fish - e também tocava no bom e velho Reffer -, além dos problemas de logística, por morar em São Paulo, teve um uma LER (Lesão por Esforço Repetitivo) de tanto tocar GUITARRA e, para se preservar, não compareceu, deixando a banda só (!) com duas guitarras.

Ainda não tinha visto o Bill (o Gabriel, pô) ao vivo com a Zander e, com toda a humildade do mundo, digo: o cara tem uma "pegada vocal sensorial" impressionante. Parecia que ele cantava em um outro microfone diferente do que as outras bandas tocaram. E isso foi comprovado quando uma moça, muito sensorial, diga-se de passagem, subiu ao palco pra cantar Dialeto no microfone "mágico" e pareceu que o microfone perdeu o encanto. Não porque a menina cantava mal, longe disso, mas porque a voz não tinha ganho, não sei (na verdade, eu acho que escutei bem baixinho o microfone "dizendo" que queria o Bill).

E o show seguiu com Dezesseis, Em Construção, Outro dia mais (*-*), Pegue a Senha e Aguarde e todas as músicas dos dois EP's da banda (Em Construção e Já Faz Algum Tempo), cantadas em uníssono pelos sensoriais (cismei com sensoriais) presentes, como era de se esperar, claro! O show teve como ponto de ebulição, sem dúvida, o cover de Disconnected do Face to Face, que deu uma puta nostalgia do show dos americanos junto com o Rivets, em 2008, na Gávea; a banda fechou, claro, com Pólvora.

Apesar de não parecer, pela falta de um ou outro ênfase nesse humilde texto, o Zander fez um dos melhores shows nacionais do ano presenciados por mim até agora. Pelo menos foi, sem dúvida, o show nacional mais redondo, coeso e técnico que vi até agora no ano. Além de tudo eu precisava realmente de um show desse tipo.

E agora, sobre o show, o que eu sei é que voltar pra casa, mesmo sem ônibus, às 4 da manhã, sem dúvidas, valeu a pena.

Valeu, Zander! Repito: estava mesmo precisando cantar significados bem alto.



Abraços