quinta-feira, 21 de abril de 2011

D.R.I. - 14/04/11

Mais de uma década após a sua última (e primeira) vinda ao Brasil, um dos precurssores do crossover, o D.R.I., chegou ao Rio para contemplar a juventude roqueira carioca mais uma vez com seu legado que vem sendo construído há quase 30 anos. O Teatro Odisseia reuniu os jovens e aqueles não tão jovens assim e tornou o que normalmente seria uma quinta-feira monótona, numa aula de crossover com quem realmente entende da parada, pois além do hardcore da favela do Halé, o Uzômi e o DFC também deram o ar da graça no evento.

O Halé começava e a casa já estava repleta de thrashers, headbangers e hardcores. Alguns, inclusive, já moshavam ao som de canções que já são mais do que conhecidas pelo pessoal do underground, como 'Arroz, Feijão e Ovo', 'Ela Tem Aids' e 'Escolinha do Professor Girafales', mas também houve espaço para músicas novas que entrarão no próximo cd. Foi aquele típico show que o Halé sabe fazer: divertido e bem humorado, que acaba te dando vontade de participar. Destaque para o trenzinho bolado do funk!



Após o clássico intervalo para uma cerveja, conversa e compra de merchan, o Uzômi subiu ao palco e deixou este que vos fala de cara! Mesmo a banda já tendo bastante tempo de existência, ainda não havia visto um show e tenho que dizer que realmente fiquei impressionado. Uma porrada atrás de outra com aquela rapidez e palhetadas thrash que fazem você morder os lábios, fechar um olho e bater cabeça. Ah claro, não vamos esquecer do dedinho pra cima balançando! A gig foi tão digna que rolou até cover do Extreme Noise Terror, em homenagem ao vocalista Phil Vane que recentemente faleceu. Se você procura crossover de qualidade aqui no Rio, fica a dica.



Apesar da noite ser do D.R.I., o DFC também era esperado por muita gente. Desde o último show dos infernos na Audio Rebel que deixou as paredes suando, o DFC não pisava em terras cariocas. Como já era de se esperar, desferiram várias porradas como 'Vou Chutar a sua Cara', 'Lucro é o Fim', 'Possuído pelo Cão' e algumas músicas que você provavelmente sabe cantar, mesmo que não goste da banda. Não sei se foi minha impressão, mas achei o show bem curto, o que é uma pena, já que o último deles por aqui também foi bem corrido. Sem contar que ainda rolou um stress de leve com a guitarra que parou algumas vezes entre as músicas. No fim das contas, a coisa sempre funciona e vale à pena, ainda mais quando encerram o show com a dobradinha 'Vai se Fuder no Inferno' + 'Molecada 666'.


Ultimamente tenho passado bastante pela experiência de me ver em um show e pensar 'cara, não acredito que estou vendo tal banda ao vivo', e com certeza foi assim quando vi os Dirty Rotten Imbeciles subindo ao palco. Não é todo dia que você tem oportunidade de ver uma banda desse calibre, ainda mais no Rio de Janeiro! Naquela expectativa enorme, os rapazes abrem o show com 'Beneath the Wheel' e já foi aquela explosão, com tudo acontecendo ao mesmo tempo! A juventude batendo cabeça, moshando e mandando stage dives. Lá da frente pude ver o setlist e por um momento me assustei porque tudo bem que as músicas do D.R.I. são pequenas, mas deviam ter mais de 40 no papel. Um presentão para qualquer fã!


Seguindo o embalo, largaram o aço com 'I'd Rather Be Sleeping', 'Couch Slouch', 'Fun and Games', 'Shut up!', 'They Don't Care', 'Acid Rain' e mais um monte que me fariam ficar escrevendo até amanhã!
O que me deixa feliz de comparecer em shows assim, é ver a felicidade dos caras ao tocarem, coisa que ficou explícita no rosto de cada um deles. Inclusive, pode ser tapa na cara de muitas outras bandas novas ver o quanto os caras estão velhos e ainda têm de pique para aguentar um show de quase 2hs, sem pedir arrego. De todos os integrantes, o mais carimático com certeza é o baixista, Harald Oimoen, que não se cansava de brincar e entreter a galera.


O show aparentemente terminaria, mas após aquele inevitável grito de encore (mais especificamente falando de 'Violent Pacification'), o D.R.I. voltou ao palco e soltou as últimas cinco músicas, fechando com a sequência 'Violent Pacification' + 'The Five Year Plan'.

Muitos saíram de lá totalmente quebrados e em algumas horas estariam indo para seus trabalhos ou escolas (o que também foi meu caso), mas certos de que fizeram parte de mais um momento da história do hardcore/crossover no Rio de Janeiro. Nesse caso, nós, os imbecis, sabíamos que era uma oportunidade que não aconteceria novamente, e chegar em casa sujos e podres não era consequência; era uma obrigação!