sábado, 23 de janeiro de 2010

Barneys e Beach Lizards - 27/12/09

Existem alguns shows mais especiais que outros, independente do tamanho da banda, de quantas pessoas a conheçam, quanto custou ou qualquer coisa do tipo. Às vezes você precisa, em certo momento de sua vida, assistir o show de uma banda 'X' e essa banda toca bem no momento que você precisa, e às vezes é a banda que você mais queria ver na sua vida. Às vezes a banda já acabou e você não pôde e nunca mais vai vê-la e, daria muito de si pra ver um show dela alguma vez. Pois bem, o show que aconteceu no dia 27/12/09 no Cinematheque teve como pedra fundamental todos esses sentimentos, ao menos pra mim, que sempre olho pro lado em qualquer evento underground e me sinto uma espécie de deslocado no lugar certo e na hora exata quando percebo que sou sempre o mais novo de todos. Mas enfim, mesmo tão novo, consegui. Vi Barneys e Beach Lizards, e como se não bastasse, no mesmo dia.

O dia já prometia com a tradicional pelada do Zico no Maraca que, aliás, é outra dessas coisas que são teoricamente raras pra uma pessoa de 19 anos ver; Zico jogar. Mas não é hora de falar disso...

Depois de um Maracanã relaxante e uma fila estressante no metrô até Botafogo, eu conseguiria chegar o mais rápido possível pra não perder nem ao menos o Carbona, que abriria a festa com sua prometida set list completamente em inglês(!). Mas eles acabaram fazendo o que seria o ponto alto de seu show tocando só Foot Fetish, If You Wanna Dance, All My Friends Are Falling In Love, Macarroni Girl e Lollypop Lemon Drops. O que é muito pro atual Carbona mas infelizmente não é uma set completa.

Apesar da corda da guitarra do Henrique arrebentar na segunda música, os Carbonas esquentaram de forma sublime os nervos de qualquer mortal pro que viria a seguir.

E depois de um chopp e alguma conversa furada, ouve-se os primeiros acordes e se vê os Beach Lizards prontos pra começar o segundo show da noite. Beach Lizards que apesar de desfalcado de seu guitarra solo, Cláudio, que atualmente mora e estuda na Inglaterra e que foi substituído à altura pelo André Stella do Stellabella, mostrou com um entrosamento impressionante que tocar com seus amigos pode ser algo que não se desaprende ou se esquece com o tempo, ou seja: É como andar de bicicleta. Bom, pelo menos pareceu.


Como se não bastasse um show lotado de técnica que rompesse todas as barreiras do tempo, Demetrius, vocal da banda, resolve emocionar a todos com um dos momentos mais emocionantes em shows que já vi até hoje com a seguinte frase: "Pra tocar essa música conosco quero chamar uma pessoa por quem estou completamente apaixonado há 11 anos." Esposa? Não! E sim, Derek Souza, filho do Demetrius, que catou a baqueta da mão do Nervoso e arrebentou, quebrou tudo! Quer ver? Clica aqui! Aliás, eu não conseguia fazer outra coisa senão olhar pro garoto tocando com os olhos brilhando. Ahh, que música ele tocou? Sexy Lenore, aquela mesma do Dash. Aliás, grande Dash, como diria Demetrius.

Aliás, o garoto tocou tanto que fez até eu esquecer de dizer que o show foi uma confraternização geral. Teve o Bruno do Barneys tocando duas músicas, o Henrique (Carbona e Barneys) cantando How Long How Low, Fabrício (Rivets e Barneys de novo) cantando Greedy Thing... Esqueci de alguém? Se sim, desculpem-me!

E eu nem preciso dizer que músicas os lagartos da praia tocaram ou deixaram de tocar, já que posso resumir dizendo: Tocaram tudo que você iria querer que eles tocassem. Sabe aquela música que ficou faltando? Não teve. Aliás, tem o show quase inteiro aqui no canal do beachlizards no Youtube. Ou você pensou que iriam deixar de gravar isso tudo?

Enfim, depois de sua hora espetacular os Beach Lizards desceram do palco para que começasse, depois de mais um Chopp e mais papo furado, o show da minha banda carioca predileta.

E, sinceramente, moças e rapazes, por mim terminaria essa humilde resenha agora, simplesmente por não ter palavras para descrever o que foi esse show (Deixa eu inventar uma palavra) Catabólico! Uma falta de educação com quem não gosta de ser feliz.

Os Barneys fizeram mais um show desses que destroem todas as lógicas sobre entrosamento ao mesmo tempo que deixaram evidente o tempo sem fazer um show pela energia no palanque, que valeu pelos 7 anos ausentes dos palcos.

Um destaque especial do show é a participação de três dos quatro bateras da banda (O Júlio acabou não tocando) ao longo de sua história, começando pelo Robério, passando pelo Fernando (Atual Big Trep), voltando com Robério e terminando com o Márcio.


Quanto a set list, a exemplo dos Beach Lizards, o Barneys não deixou nenhuma musiquinha faltando. Depois de abrir com Whole Lot Better, tocaram desde Technoloman e Opressed Feelings até Hiroshima Loosing Her e Hate Songs. O ponto alto da gig veio 'logo' no fim, quando depois de um já ensaiado bis de Technoloman, Fabrício resolveu atender aos pedidos incessantes que vinham desde o começo do show pra que tocassem a até então não ensaiada Disco Sux. E como não tinham ensaiado o Fabrício mandou à capela mesmo! E depois de um sopro divino a banda lembrou e tocou a música (Curiosamente) mais esperada do show, fechando a noite com chave de ouro.

E depois de mais um show épico e de uma noite inesquecível, mais uma ótima notícia: Vai rolar mais Barneys! Não acredita? A notícia vem do fotolog da banda. Tá bom ou quer mais?

Enfim, depois dessa noite fica a vontade de que venham mais shows como esses e que a cena carioca não morra nunca. Ou melhor: Fica certeza de que isso que nós chamamos de cena nunca morrerá.



Abraços

7 comentários:

  1. Valeu Allex ! Vamo q vamo !
    abs Bruno Montana

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  2. faltou um batera do Barneys, ele se chama Júlio!

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  3. Ahh, é! Tá certo, o Júlio foi o primeiro da banda.

    Brigadão, seu anônimo!

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  4. Na verdade verdadeira o nosso primeiro batera, que já nao está mais aqui entre nós, chamava-se Stenio, e era irmao do nosso amigo e produtor das demos, o sexto Barney Stanley Zvaig !

    sds
    Bruno

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  5. saudades eternas do Stênio... Uma das pessoas mais fantásticas e humanas que tive oportunidade de conviver por 11 anos.... Michela

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  6. É, grande Stenio. Fiz medicina com ele. Foi uma perda e tanto.

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  7. Stenio foi um querido que tive o prazer de conhecer... estive presente nos seus últimos dias... que saudades eu sinto...

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