segunda-feira, 19 de julho de 2010

Gramofocas - 17/07/10

Após uma espera de 5 anos, o Gramofocas voltou ao Rio - de Janeiro - pra, mesmo com o tempo chuvoso do fim de semana, matar a saudade das nossas praias, bater papo com todo mundo, tomar o maior numero de cervejas que pudessem, e tocar um pouco. O Penúltimo show dos caras rolou no Ballroom (salve!) e o último, de ontem, rolou no Cine Lapa, na Lapa. Quem bancou passagem, ligou pros caras, acertou cachê e organizou o festival em si foi o pessoal da Ressaca do Rock, que é basicamente a mesma galera da Grande Roubada.

E mais uma vez o pessoal do Ressaca do Rock/Grande roubada provou que sabe tudo de logística, já que pela 'onzésima' vez acertaram na escolha do lugar em que fizeram seu evento; casa nem vazia nem lotada, mas mais lotada que vazia, ou seja, bom público. Mais uma vez, creio, o número de pessoas que a organização do evento esperava. O que é ótimo pensando a médio prazo.

Quem abriu a noite foi o Costanzas, banda que não conhecia - e acho que poucos conheciam - e que foi, pra mim, a grata surpresa da noite - sério! Banda de Punk Rock Ramônico, Bubblegum, como o evento pedia, dessas que infelizmente não tem quase nenhuma no Rio. Os caras - e as caras - da banda seguem a receita direitinho; quero isso, quero aquilo, cervejas, 3 acordes e nessa base fizeram um show realmente interessante.

A banda também mandou 3 covers desses que você fala "poxa, que legal!": Commando (não preciso nem falar de que banda), Nega Jurema dos Raimundos e X-Ray Specs, do Lillingtons, que foi cantada pela guitarrista Angélica, aniversariante da semana passada, numa pegada meio a la Runaways, muito legal.

Parabéns, Angélica e parabéns ao Costanzas pelo show. Vocês, se estiverem lendo, sabem bem como é difícil abrir um festival como esse e manter todo mundo paradinho olhando pra vocês.

Depois, com a guitarra um pouco alta, subiu ao palco o Taub, banda da Zona Norte carioca que, eu sinceramente não sei muito bem o que falar sobre. Mas vou tentar ser... Sutil. O Taub não soube/conseguiu muito bem fazer o que a primeira banda fez; deixar o público paradinho prestando atenção neles. Não sei se por conta do público do dia, pela pegada do show, que pareceu um pouco 'complicado' ou por causa de sei lá. Mas se quiserem um palpite, acho que o show foi estranho porque a guitarra tava alta demais e por isso acabaram ficando sem 'cozinha' nenhuma e eu acabei não entendendo muito bem.

Antes do evento dei uma ouvida no myspace do Taub e achei bem legal, de verdade. A banda é Hardcore e mistura um pouco de outros estilos de um jeito até bem interessante de uma forma bem acariocada, mas... Achei o show, assim, chato, apesar das amigáveis cusparadas de cerveja na cara dos integrantes da banda, que é algo realmente divertido. Mas é 'aquilo': teve gente que gostou, teve gente que não! Achei chato, mas é a vida! E não tomem minha opinião como padrão de nada, por favor!

Depois de uma (s) cerveja (s), era a vez do Carbona, que dispensa apresentações, no show de lançamento do novo álbum, Dr. Fujita Contra a Abominável Mulher-Tornado, mas que acabou tocando só uma ou outra música do álbum novo, como o Massacre da Serra Elétrica e Valentina, talvez pra não comprometer muito a set, já que o disco novo ainda não foi lançado fisicamente. Prevaleceram os clássicos "Taitanos", como 43, Meu Primeiro All Star, Quero Ir Com Você Pra Lua, Copo D'água e Esqueletos Em Todo Lugar. Essa última num momento "Self Service de plateia".

Provavelmente o ponto alto do show do Carbona foi a inusitada cover de Sempre Que Eu Fico Feliz Eu Bebo, do Gramofocas (!), com a participação do Paulo (baixista e vocal do Gramofocas), que quando ouviu "felicidade vem e vai" saiu correndo em direção ao palco, claro!

Aliás, o Carbona fez um showzaço. Talvez o melhor show dos caras que vi desde que viraram quarteto, apesar da falha da guitarra do Henrique (vocal e guitarra) na metade do show. Talvez o show tenha sido tão legal por conta do clima do local, por ser o público certo. O Show teve direito até a Macarroni Girl (YEAAAH!!!!!) e ao cover de Rockaway Beach, dos Ramones (mais um na noite), ambas em homenagem ao Pedro, baterista e aniversariante. Ah! Parabéns também, Pedro!

Até que, depois de um gole aqui e um gole lá, subia ao palco os Distrito Federaienses (ainda não sei o adjetivo pátrio de quem vem do DF) do Gramofocas. Viva Boris Yeltsin abriu o show e fez com que acontecesse uma daquelas coisas que todo mundo sabe que vai acontecer mas que é inevitável, não tem jeito; pogo!

O show continuou com uma set list pra ninguém colocar defeito (a não ser que esse ninguém seja muito chato, mesmo), com músicas como Bagaceira Baby, Baby você não tem pudor, A Filha do Dono do Bar, Você é Meu Rolinho Parmalat, Eu Queria Comer a Raquel, Country Song, Um Gole Aqui Um Gole Lá, do primeiro disco, além de Ela só Pensa Em Apanhar, do Split com os Capotones e da música nova Brasamora, incessantemente pedida pela plateia com interferência sem nenhuma interferência do Paulo, diga-se de passagem.

E como se não fosse o bastante 2 covers de Ramones na noite (e não era mesmo) o Gramofocas fez questão de tocar o seu também pra não ficar de fora da brincadeira; R.A.M.O.N.E.S. e por que não fazer mais um cover, na noite, não é? Pensando nisso, numa brecha da set, rolou também, da parte dos Gramofocas, a cover de Hybrid Moments do Misfits, com a participação especial de um anônimo (que eu conheço, mas que pra você é anônimo) nos vocais durante metade da música.

Além de tudo isso rolou também o processo contrario do show do Carbona e o Henrique e o Pedro subiram ao palco pra cantar Sempre Que eu Feliz Eu Bebo com a banda. E essa música é boa mesmo pra fazer o frenesi dos shows, fez duas vezes. E pelo visto se alguém a tocasse pela 3ª vez na noite faria de novo.

Pedrinho Grana ao anunciar Por Que Existe Ressaca?, dedicando-a ao amanhã (que felizmente era um domingo), dava o tom de despedida a todos no show e misturava mesmo que implicitamente um misto de satisfação e tristeza pelo fim do show. Mais um desses sentimentos previsíveis e inevitáveis.

E pra terminar esse humilde texto eu poderia dizer que foi uma bela noite, que quero muito que o Gramofocas volte logo (e quero mesmo), ou que saí com uma felicidade imensa e uma sensação de que realmente valeu a pena sair de casa na chuva pra assistir ao show, mas prefiro terminar dizendo outra coisa.

Punk Rock não morrerá. Não vai e não pode. E obrigado por contribuírem pra isso, Gramofocas, Carbona, Taub e Costanzas. Valeu mesmo!



Abraços.

2 comentários:

  1. Resenha ótima, cara. Foi um show histórico, foi ótimo bater um papo com o pessoal do Gramofocas. Espero que eles voltem logo. Sucesso aí com o blog.

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  2. Aaaah, eu quero morar no RJ!
    Olha quanta coisa eu perco.tsc tsc tsc.
    Gramofocas,caraa*-* E Carbona faz tempão que não vem pra cá, a ultima vez deles em SC foi em 2007 no Curupira:~
    Beijones;*

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