Assim como a justiça, o Resenha na Lenha tarda, mas não falha (ou tenta não falhar). Mesmo após uma semana, cá estou para resenhar sobre o último domingo nublado e o grande show de roque na casa de shows mais descolada do RJ, a Audio Rebel. Do grindcore tosco ao hardcore old school, tivemos as bandas Grupo Porco de Grindcore Interpretativo, Nossa Vitória, Plastic Fire, Good Intentions e Questions.
Ah, vale citar que a partir de agora, durante os shows, a Rebel terá as portas fechadas e quem entrar, não poderá sair para papear na calçada. É uma situação chata, mas devido à reclamações de vizinhos, foi uma medida necessária. Creio que todos devem entender isso, afinal, antes colaborarmos do que acabarmos perdendo mais um pico de show.
Para começar toda a disgraceira no melhor estilo, só com o Grupo Porco de Grindcore Interpretativo! Infelizmente eu não assisti o show, pois estava lá fora tomando aquela cerveja gelada, mas depois peço ao Allex, dono do blog, para resenhar sobre esse show bonit...ah é, ele estava bebendo comigo! Bem, caso você queira ter uma ideia de como foi, temos uma resenha antiga sobre um show dos rapazes do Grupo Porco aqui.
Após a cervejinha gelada e colocar o papo em dia, começava o Nossa Vitória. Vindos de Volta Redonda, os meninos tocam aquele hardcore old school bolado influenciado por Gorilla Biscuits, Verse e Youth of Today. Com boa resposta do público, que cantava e já ensaiava os primeiros moshes e stage dives, eles tocaram músicas da demo lançada esse ano, "November 14th" (e que você pode baixar aqui), mas o ponto alto foi o cover da música "Unidade" do Reajuste, extinta banda straight edge aqui do Rio. Após o show competente do Nossa Vitória, já dava pra se ter uma noção do que o evento ainda proprocionaria à juventude roqueira.
Em meio aos gritos de "Pai Moreno", "Negro ativo" e "Rômulo Costaaa", subia mais uma vez aos palcos da Rebel o Plastic Fire. Em seu show de pré-lançamento do novo cd, "A Última Cidade Livre", o quarteto se focou um pouco mais nas novas canções e, sinceramente, gostei bastante do que ouvi. Destaque para a música "Esgrima" que de tão porrada, devia é se chamar "UFC". É claro, não faltou a música que está na boca da juventude, "Negativo"; e para encerrar, rolou o recente single "O Preço de Ser Impessoal", destruindo tudo o que tinha pra ser destruído. Não desmerecendo as outras bandas, mas show do Plastic Fire é engraçado, pois todo mundo sempre fica tão à vontade que até o público parece ser integrante da banda!
Cheios de boas intenções, em seguida temos o Good Intentions (trocadalho do carilho). Foi a primeira vez que os caras tocaram por aqui, então todos estavam bastante ansiosos, afinal, não é todo dia que se tem a oportunidade de conferir um show de uma banda desse calibre. O único problema que poderia citar é que algumas músicas não estavam tão rápidas como no cd, mas nada que tirasse toda a potência do som. Nesse pique, eles passaram por canções do split com o Reconcile, do cd "Até o Fim", algumas das novas canções e, de quebra, cover de Gorilla Biscuits!
O show dos caras é porrada atrás de porrada e por soarem tão sinceros, cada música cantada por quem estava ali, era cantada como hino. Ah, claro, vale citar o Rodolfo (guitarrista do GI) parafraseando (ou melhor, corrigindo) o que João Gordo disse no Guidable: "a gente odeia padre, a gente odeia político, a gente odeia HOMOFÓBICO", haha.
Divulgando o novo cd "Rise up", o Questions fechou a noite. Seria redundante falar que o show foi fudido! Aliás, faltam os adjetivos para definir o que aconteceu. A cada música, a galera ficava mais insana, e isso era visto nos stage dives e no mosh, além daqueles que agarravam o microfone para cantar, o que, inevitavelmente, aconteceu quando tocaram "True Brotherhood". Pra você ter noção de como estava foda o show, até o Puruca, baixista do Plastic Fire, estava lá na frente cantando!
O mais legal foi ver que o público era variado, passando do pessoal hardcoreano até os metaleiros, e a melhor forma da banda corresponder isso foi através das covers. Além do cover de Agnostic Front, o Questions ainda tocou "Troops of Doom" do Sepultura, após vários pedidos de "mais um". Na verdade, se dependesse da galera, o show iria até de manhã, pois mesmo após o cover do Sepultura, alguns continuaram pedindo mais músicas!
Depois dessa aula de hardcore, só restou ir pra casa com mais um show no coração e a certeza de que valeu à pena não ter deixado de ir ao show por causa da prova da UFRJ na segunda de manhã. Como valeu!
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Boom Boom Kid - 14/08/10
Frio e chuva em Copacabana: clima perfeito pra ficar em casa vendo Flamengo x Ceará, pra fazer um Fla-Flu com a patroa, ou - pra quem não tem mulher, torce pra outro time ou pra quem deixou pra fazer isso em outros horários - um clima perfeito para encarar o frio e assistir ao show do Boom Boom Kid, que voltava ao Brasil pela n+1ª vez.
Dessa vez lançando seu último álbum, que se falasse atenderia pelo nome de Frisbee (2009), a banda veio tocar pela primeira vez na Rock'n Drinks; foi um show bem intimista; cerca de 50 guerreiros conseguiram vencer a batalha contra a coberta e saíram de casa para encarar uma chatíssima chuvinha de gripe com o objetivo de dar uma boa espiadona na apresentação do argentino mais amado do país (já que Doval não está mais entre nós); Nekro e seu Boom Boom Kid.
Nekro, com sua roupa de pai de santo e bigode de Tiririca, já começou a rodar sua baiana elétrica ao som de Automatic, que abriu o pedaço de noite mostrando que há uma grande possibilidade de ser verdade o boato de que ele caiu em uma caldeira de café quando criança, tamanha energia e disposição. Em seguida o set list - que contou com mais de 30 músicas (haja caneta) - mesclou em sua maioria músicas do Frisbee, por ser o álbum mais recente e portanto ainda não mostrado ao vivo por aqui, com os clássicos da banda. Lê-se "clássicos" como "músicas do Okey Dokey", que é o primeiro álbum do BBK, que fez de Nekro um eterno refém de sua própria obra.
É impossível falar do Kid Bumbum sem ligá-lo diretamente ao Okey Dokey e sem ter que repetir o termo "Okey Dokey" várias vezes. A grande maioria dos fãs conheceram o trabalho da banda ouvindo esse CD e a grande maioria acha os outros CD's mais "fracos". É uma espécie de consenso. Mas um lado realmente complicado da história é o do próprio Nekro. É lógico que o Nekro sabe que, se dependesse do público, ele tocaria o Okey Dokey e iria embora. É claro que ele percebe que quando a banda toca as músicas de seu primeiro disco a coisa funciona de um jeito diferente, do jeito que ele gosta, mas ele nunca admitiu de verdade ser tachado como um artista de um álbum só. Nunca se contentou em viver só de passado e nunca perdeu a gana de produzir novas músicas. Isso parece um detalhe bobo, mas é algo que ouço pouco e achei relevante expor aqui. Pois bem, de forma esporádica e crua, voltemos.
Uma coisa que percebi, foi que quando eram tocadas músicas de fora do Okey Dokey, Nekro tentava empolgar mais os fãs, como quem diz "Olha, eu tô empolgado! Tô balançando os dreads! Essa música não é do Okey Dokey mas é legal também, tá vendo?!" e quando a música fazia parte do álbum (que eu nem vou escrever o nome mais, porque já escrevi pra cacete) era o contrário: o público é que ficava muito mais empolgado que o Nekro. Chega a ser engraçado às vezes, mas não pense que é fácil a vida de quem faz um disco maravilhoso. A vida de monstro da música é muito complicada às vezes e esse é apenas um pequeno ônus pra quem tem o "bônus" de ter feito um disco tão bom na vida.
Bem ou bem, com ou sem Okey Dokey (porra, escrevi de novo, saco), o show continuou com BBK mostrando que não é famoso pela sua energia à toa. Aliás, nada que já não soubéssemos, mas mesmo assim espanta. Tirando e colocando sua cartolinha de Elwood Blues, rasgando sua camisa do Garage Fuzz, pulando que nem sapo pra lá e pra cá, descendo do palco, se jogando no chão, subindo no palco, surfando em cima da galera (!) ao som de Wasabi Song e etc. ele fez um showzaço, desses de assustar até macumbeiro na encruzilhada, mesmo com o público um pouco frio (sem trocadilho, por favor).
Não faltaram Jenny, I Dont Mind, Tomar Helado, My Smiling Fragile Heart, I do, Donde?, Dejame Ser Parte De Esa Locura, cantadas em uníssono, e uma boa quantidade de novas, como Frisbee, Bienvenido Al Club, Rapocappo (onde Nekro mais uma vez desceu do palco com sua bandana pra brincar com quem ainda tinha vergonha de se mexer), Sólo Mi Gatos Mi Comprenden, Pon Tu Corazón En La Música (onde Nekro deixa claro que pra ele o rock é algo muito mais extenso do que parece) e Where's My Pure Cotton Dad?, música do último clipe do argentino, gravado no Brasil (aqui). Mas como nada no mundo é perfeito, faltou a música que dá nome ao primeiro disco do cara, mas logicamente não faltou Brick By Brick, porque o Bombom Kid sabia que, caso não, ia ter churras argentino em Copacabana.
No fim, Feliz, pra coroar a noite com cartola de ouro. Aliás, na verdade, não foi bem exatamente Feliz a música que fechou a noite, foi a penúltima. Mas, sinceramente, sem querer dar desculpas, mas já dando, estava feliz demais pra lembrar, ou melhor, pra me importar com isso. E esse sentimento não pareceu só meu, já que todos também pareciam felizes demais pra se importar em lembrar da última música. Era até difícil lembrar do cobertor que havia ficado em casa. Mas, pra todos os fins, de uma forma ou de outra, o fim foi feliz como havia de ser! E ponto
Abraços.
Dessa vez lançando seu último álbum, que se falasse atenderia pelo nome de Frisbee (2009), a banda veio tocar pela primeira vez na Rock'n Drinks; foi um show bem intimista; cerca de 50 guerreiros conseguiram vencer a batalha contra a coberta e saíram de casa para encarar uma chatíssima chuvinha de gripe com o objetivo de dar uma boa espiadona na apresentação do argentino mais amado do país (já que Doval não está mais entre nós); Nekro e seu Boom Boom Kid.
Nekro, com sua roupa de pai de santo e bigode de Tiririca, já começou a rodar sua baiana elétrica ao som de Automatic, que abriu o pedaço de noite mostrando que há uma grande possibilidade de ser verdade o boato de que ele caiu em uma caldeira de café quando criança, tamanha energia e disposição. Em seguida o set list - que contou com mais de 30 músicas (haja caneta) - mesclou em sua maioria músicas do Frisbee, por ser o álbum mais recente e portanto ainda não mostrado ao vivo por aqui, com os clássicos da banda. Lê-se "clássicos" como "músicas do Okey Dokey", que é o primeiro álbum do BBK, que fez de Nekro um eterno refém de sua própria obra.
É impossível falar do Kid Bumbum sem ligá-lo diretamente ao Okey Dokey e sem ter que repetir o termo "Okey Dokey" várias vezes. A grande maioria dos fãs conheceram o trabalho da banda ouvindo esse CD e a grande maioria acha os outros CD's mais "fracos". É uma espécie de consenso. Mas um lado realmente complicado da história é o do próprio Nekro. É lógico que o Nekro sabe que, se dependesse do público, ele tocaria o Okey Dokey e iria embora. É claro que ele percebe que quando a banda toca as músicas de seu primeiro disco a coisa funciona de um jeito diferente, do jeito que ele gosta, mas ele nunca admitiu de verdade ser tachado como um artista de um álbum só. Nunca se contentou em viver só de passado e nunca perdeu a gana de produzir novas músicas. Isso parece um detalhe bobo, mas é algo que ouço pouco e achei relevante expor aqui. Pois bem, de forma esporádica e crua, voltemos.
Uma coisa que percebi, foi que quando eram tocadas músicas de fora do Okey Dokey, Nekro tentava empolgar mais os fãs, como quem diz "Olha, eu tô empolgado! Tô balançando os dreads! Essa música não é do Okey Dokey mas é legal também, tá vendo?!" e quando a música fazia parte do álbum (que eu nem vou escrever o nome mais, porque já escrevi pra cacete) era o contrário: o público é que ficava muito mais empolgado que o Nekro. Chega a ser engraçado às vezes, mas não pense que é fácil a vida de quem faz um disco maravilhoso. A vida de monstro da música é muito complicada às vezes e esse é apenas um pequeno ônus pra quem tem o "bônus" de ter feito um disco tão bom na vida.
Bem ou bem, com ou sem Okey Dokey (porra, escrevi de novo, saco), o show continuou com BBK mostrando que não é famoso pela sua energia à toa. Aliás, nada que já não soubéssemos, mas mesmo assim espanta. Tirando e colocando sua cartolinha de Elwood Blues, rasgando sua camisa do Garage Fuzz, pulando que nem sapo pra lá e pra cá, descendo do palco, se jogando no chão, subindo no palco, surfando em cima da galera (!) ao som de Wasabi Song e etc. ele fez um showzaço, desses de assustar até macumbeiro na encruzilhada, mesmo com o público um pouco frio (sem trocadilho, por favor).
Não faltaram Jenny, I Dont Mind, Tomar Helado, My Smiling Fragile Heart, I do, Donde?, Dejame Ser Parte De Esa Locura, cantadas em uníssono, e uma boa quantidade de novas, como Frisbee, Bienvenido Al Club, Rapocappo (onde Nekro mais uma vez desceu do palco com sua bandana pra brincar com quem ainda tinha vergonha de se mexer), Sólo Mi Gatos Mi Comprenden, Pon Tu Corazón En La Música (onde Nekro deixa claro que pra ele o rock é algo muito mais extenso do que parece) e Where's My Pure Cotton Dad?, música do último clipe do argentino, gravado no Brasil (aqui). Mas como nada no mundo é perfeito, faltou a música que dá nome ao primeiro disco do cara, mas logicamente não faltou Brick By Brick, porque o Bombom Kid sabia que, caso não, ia ter churras argentino em Copacabana.
No fim, Feliz, pra coroar a noite com cartola de ouro. Aliás, na verdade, não foi bem exatamente Feliz a música que fechou a noite, foi a penúltima. Mas, sinceramente, sem querer dar desculpas, mas já dando, estava feliz demais pra lembrar, ou melhor, pra me importar com isso. E esse sentimento não pareceu só meu, já que todos também pareciam felizes demais pra se importar em lembrar da última música. Era até difícil lembrar do cobertor que havia ficado em casa. Mas, pra todos os fins, de uma forma ou de outra, o fim foi feliz como havia de ser! E ponto
Abraços.
sábado, 14 de agosto de 2010
Dead Fish - 13/08/10
Existem coisas que não mudam, não adianta. A Mônica sempre descobre o plano infalível do Cebolinha, você - que bebe - sempre consegue beber cerveja mesmo quando sai sem dinheiro, o Corinthians nunca ganha a libertadores e o Dead Fish sempre funciona no Circo Voador. E com base nessa última coisa, os capixabas (que nem são mais tão capixabas assim há algum tempo) voltaram, em uma sexta-feira 13 fria, ao bom e velho Circo Voador para tocar pela segunda vez no ano e ver o que acontece.
O Dead Fish é talvez a banda que mais tenha "máximas" consigo. Uma delas é que sempre tem uma galera (uma boa galera, diga-se de passagem) que passa o mês anterior ao show, inteiro, dizendo que não vai, que já saturou, que não vai porque o ingresso custa caro, que não vale a pena porque daqui a pouco eles voltam e tudo o mais, mas no fim das contas todo mundo acaba indo. E por mais que a expectativa anterior seja de um show meia-boca com relação ao público, sempre na hora do vamos ver a coisa funciona e todos vão. Uma espécie de "síndrome de mulher de malandro". Resumindo, o Dead Fish deu lucro pro Circo de novo. Aliás, provavelmente o Dead Fish seja a banda que mais rende ao circo em público e renda, mas isso não é bem um assunto pra agora.
O "abrimento" da noite, ou melhor, do dia seguinte (já que já não era mais sexta-feira 13) ficou por conta de Grupo Porco de Grindcore Interpretativo, de MG - que quase ninguém viu (mas que muita gente ouviu pelo lado de fora da lona). À primeira vista uma banda bizarra; um trio sem baterista: no lugar da bateria, um notebook com as batidas da "bateria" pré-programadas e áudios aleatórios de passagens e falas de TV somados a um vocal grind, uma guitarra e um baixo, o que tornava o som uma espécie rara de grindcore experimental. Uma coisa dessas realmente difíceis de explicar, daquelas que só ouvindo no myspace da banda mesmo, até porquê uma música vale mais que 5 mil palavras.
Foi um show estranho, de verdade. E nesse show, estranho de verdade, houve espaço - entre os dois Extended Plays (ninguém escreve assim) da banda - pra uma cover de Gigolô Autodidata, da U.D.R., "dupla semi-viva de Rock'n Roll Anti-Cósmico da Morte" do guitarrista da banda, o Porquinho, conhecido também como MC Carvão.
Enfim, não sei se por conta do público que era pouco ou por causa da falta de pressão de som (pela falta de uma bateria acústica) necessária no Grind, mas o show ficou muito espaçoso. E... E pronto. Não quero ter que dizer de novo que foi um show estranho. Mas, a questão não é essa. A questão é "por que não colocar uma banda do Rio de Janeiro para abrir o evento?". Quem vê pensa que no Rio de Janeiro não tem nenhuma banda decente pra abrir o evento e que não tem ninguém que faça hardcore de qualidade no Rio de Janeiro. E ao invés de fortalecer as bandas e a cena daqui em shows com bom publico, colocam bandas que ninguém nunca ouviu falar pra abrir.
Tudo bem, é muito bacana pegar uma banda desconhecida que seja legal e fazer todo mundo conhecer, mas não é melhor valorizar a nossa cena do Rio? Particularmente (e qualquer um tem total liberdade para discordar), acho que não vale a pena usar um espaço tão importante como esse dessa forma sempre. Acho que esse espaço seria importantíssimo pra estender a visão da cena carioca para muitos. Para mostrar o que nós, cariocas que lotamos o circo, temos de bom. Claro, digo isso com todo respeito ao Grupo Porco, que foram chamados pra tocar e tem que ir lá tocar mesmo.
Mas, enfim, não estamos aqui pra isso, acho. Voltemos ao que interessa (e desculpe o transtorno).
Depois do show no mínimo curioso do Grupo Porco, o grito de invocação Dead Fishniano (Hey, Dead Fish, vai tomar no cu!) e a porrada direta, no seco, da banda ao tocar Bem Vindo Ao Clube logo de cara pra mandar o recado de que não ia ser igual aos outros (não tanto). Dessa vez a implicância do Rodrigo (vocal, se é que alguém não sabe) era com o silêncio; não queria. No começo parecia que seriam todas as músicas do show emendadas, o que seria realmente histórico, mas foi só um sonho inocente. Não daria pra fazer algo tão intenso por conta da afinação da guitarra que tem de mudar a todo tempo. A solução então era fazer o publico não parar de bater palma ao fim das músicas.
Na sequência, já com a movimentação clássica de stage's e mosh's, mais 3 porradas no seco: Não, Zero e Um e Modificar. E aí, já começavam os problemas de sempre, mas dessa vez um pouco diferentes. O velho problema de querer ficar em cima do palco o tempo todo diminuiu. Não sumiu, mas diminuiu. Por outro lado o problema de dar stage dive na base voadora amadureceu consideravelmente. Foi impressionante o número de pernadas na cara nesse show. É claro que é na maioria das vezes complicado dar stage's nos shows do Dead Fish por conta do público, que realmente "abre caminho". Mas se jogar em cima de uma pessoa sabendo que vai machucá-la é sacanagem. Infelizmente acaba sendo uma questão de equilíbrio: melhora aqui e piora ali.
Mas o destaque do público não vai para brigas, nem pra cotoveladas na cara, nem pra toda essa galera que parece que bebeu cerveja estragada. O destaque vai para as garotas, em geral, que representaram - as vezes exagerando muito - seja com stage dive's animais (ulhull!), cantando com Rodrigo ou beijando na boca do mesmo, colocando inveja até no Alyand (baixo), que resolveu também tascar uma bitoca, mas no Rodrigo (tudo bem, Alyand, sobra mais pra mim). Tudo isso sem contar a garota que subiu ao palco pra catar o microfone e fazer o pedido inegável para que tocassem "Fragmentos de Um Conflito Eminente". Pedido que, como já disse, era inegável.
E como show do Dead Fish sempre tem algo mais, não caberia aqui fingir que esqueci do stage dive do Rodrigo de cima de um banquinho (de sentar), nem dos guris de skate que entraram de gaiato pela porta de trás do Circo dizendo que iam ao banheiro (eu vi!), driblaram a segurança e foram aparecer em cima do palco (pela parte de trás) com seus skates fazendo o Rodrigo se sentir o Chorão, do Charlie Brown Jr.
O destaque B, além do papo 171 do Rodrigo, ao longo do show, de que ia tocar Just Skate na velocidade da luz - praticamente colocando o doce na boca da criança e tirando -, vai para Noite ,voltando ao set list depois de um bom tempo, Tango, que fez Rodrigo ir as, recatadas, lágrimas e Molotov, que a maioria dos presentes nunca nem ao menos ouviu ao vivo, além de Iceberg, Cidadão Padrão e mais "20 e cacetada" músicas, somando 32 (!!!) canções de patrimônio hardcórico nacional, fechando com Venceremos.
O que impressiona é como os shows do Dead Fish partem de uma união direta entre público e banda, onde, por mais que a banda toque absolutamente bem, o show não irá ser tão legal se o público não estiver realmente "conectado" com os mesmos ideais. Me refiro ao bom senso, à paz, à amizade, ao respeito à mulher do próximo ou simplesmente à união que a cena deve ter, porque senão isso tudo acaba.
Show do Dead Fish, ou melhor, de hardcore é, tem que ser isso: união.
Abraços.
O Dead Fish é talvez a banda que mais tenha "máximas" consigo. Uma delas é que sempre tem uma galera (uma boa galera, diga-se de passagem) que passa o mês anterior ao show, inteiro, dizendo que não vai, que já saturou, que não vai porque o ingresso custa caro, que não vale a pena porque daqui a pouco eles voltam e tudo o mais, mas no fim das contas todo mundo acaba indo. E por mais que a expectativa anterior seja de um show meia-boca com relação ao público, sempre na hora do vamos ver a coisa funciona e todos vão. Uma espécie de "síndrome de mulher de malandro". Resumindo, o Dead Fish deu lucro pro Circo de novo. Aliás, provavelmente o Dead Fish seja a banda que mais rende ao circo em público e renda, mas isso não é bem um assunto pra agora.
O "abrimento" da noite, ou melhor, do dia seguinte (já que já não era mais sexta-feira 13) ficou por conta de Grupo Porco de Grindcore Interpretativo, de MG - que quase ninguém viu (mas que muita gente ouviu pelo lado de fora da lona). À primeira vista uma banda bizarra; um trio sem baterista: no lugar da bateria, um notebook com as batidas da "bateria" pré-programadas e áudios aleatórios de passagens e falas de TV somados a um vocal grind, uma guitarra e um baixo, o que tornava o som uma espécie rara de grindcore experimental. Uma coisa dessas realmente difíceis de explicar, daquelas que só ouvindo no myspace da banda mesmo, até porquê uma música vale mais que 5 mil palavras.
Foi um show estranho, de verdade. E nesse show, estranho de verdade, houve espaço - entre os dois Extended Plays (ninguém escreve assim) da banda - pra uma cover de Gigolô Autodidata, da U.D.R., "dupla semi-viva de Rock'n Roll Anti-Cósmico da Morte" do guitarrista da banda, o Porquinho, conhecido também como MC Carvão.
Enfim, não sei se por conta do público que era pouco ou por causa da falta de pressão de som (pela falta de uma bateria acústica) necessária no Grind, mas o show ficou muito espaçoso. E... E pronto. Não quero ter que dizer de novo que foi um show estranho. Mas, a questão não é essa. A questão é "por que não colocar uma banda do Rio de Janeiro para abrir o evento?". Quem vê pensa que no Rio de Janeiro não tem nenhuma banda decente pra abrir o evento e que não tem ninguém que faça hardcore de qualidade no Rio de Janeiro. E ao invés de fortalecer as bandas e a cena daqui em shows com bom publico, colocam bandas que ninguém nunca ouviu falar pra abrir.
Tudo bem, é muito bacana pegar uma banda desconhecida que seja legal e fazer todo mundo conhecer, mas não é melhor valorizar a nossa cena do Rio? Particularmente (e qualquer um tem total liberdade para discordar), acho que não vale a pena usar um espaço tão importante como esse dessa forma sempre. Acho que esse espaço seria importantíssimo pra estender a visão da cena carioca para muitos. Para mostrar o que nós, cariocas que lotamos o circo, temos de bom. Claro, digo isso com todo respeito ao Grupo Porco, que foram chamados pra tocar e tem que ir lá tocar mesmo.
Mas, enfim, não estamos aqui pra isso, acho. Voltemos ao que interessa (e desculpe o transtorno).
Depois do show no mínimo curioso do Grupo Porco, o grito de invocação Dead Fishniano (Hey, Dead Fish, vai tomar no cu!) e a porrada direta, no seco, da banda ao tocar Bem Vindo Ao Clube logo de cara pra mandar o recado de que não ia ser igual aos outros (não tanto). Dessa vez a implicância do Rodrigo (vocal, se é que alguém não sabe) era com o silêncio; não queria. No começo parecia que seriam todas as músicas do show emendadas, o que seria realmente histórico, mas foi só um sonho inocente. Não daria pra fazer algo tão intenso por conta da afinação da guitarra que tem de mudar a todo tempo. A solução então era fazer o publico não parar de bater palma ao fim das músicas.
Na sequência, já com a movimentação clássica de stage's e mosh's, mais 3 porradas no seco: Não, Zero e Um e Modificar. E aí, já começavam os problemas de sempre, mas dessa vez um pouco diferentes. O velho problema de querer ficar em cima do palco o tempo todo diminuiu. Não sumiu, mas diminuiu. Por outro lado o problema de dar stage dive na base voadora amadureceu consideravelmente. Foi impressionante o número de pernadas na cara nesse show. É claro que é na maioria das vezes complicado dar stage's nos shows do Dead Fish por conta do público, que realmente "abre caminho". Mas se jogar em cima de uma pessoa sabendo que vai machucá-la é sacanagem. Infelizmente acaba sendo uma questão de equilíbrio: melhora aqui e piora ali.
Mas o destaque do público não vai para brigas, nem pra cotoveladas na cara, nem pra toda essa galera que parece que bebeu cerveja estragada. O destaque vai para as garotas, em geral, que representaram - as vezes exagerando muito - seja com stage dive's animais (ulhull!), cantando com Rodrigo ou beijando na boca do mesmo, colocando inveja até no Alyand (baixo), que resolveu também tascar uma bitoca, mas no Rodrigo (tudo bem, Alyand, sobra mais pra mim). Tudo isso sem contar a garota que subiu ao palco pra catar o microfone e fazer o pedido inegável para que tocassem "Fragmentos de Um Conflito Eminente". Pedido que, como já disse, era inegável.
E como show do Dead Fish sempre tem algo mais, não caberia aqui fingir que esqueci do stage dive do Rodrigo de cima de um banquinho (de sentar), nem dos guris de skate que entraram de gaiato pela porta de trás do Circo dizendo que iam ao banheiro (eu vi!), driblaram a segurança e foram aparecer em cima do palco (pela parte de trás) com seus skates fazendo o Rodrigo se sentir o Chorão, do Charlie Brown Jr.
O destaque B, além do papo 171 do Rodrigo, ao longo do show, de que ia tocar Just Skate na velocidade da luz - praticamente colocando o doce na boca da criança e tirando -, vai para Noite ,voltando ao set list depois de um bom tempo, Tango, que fez Rodrigo ir as, recatadas, lágrimas e Molotov, que a maioria dos presentes nunca nem ao menos ouviu ao vivo, além de Iceberg, Cidadão Padrão e mais "20 e cacetada" músicas, somando 32 (!!!) canções de patrimônio hardcórico nacional, fechando com Venceremos.
O que impressiona é como os shows do Dead Fish partem de uma união direta entre público e banda, onde, por mais que a banda toque absolutamente bem, o show não irá ser tão legal se o público não estiver realmente "conectado" com os mesmos ideais. Me refiro ao bom senso, à paz, à amizade, ao respeito à mulher do próximo ou simplesmente à união que a cena deve ter, porque senão isso tudo acaba.
Show do Dead Fish, ou melhor, de hardcore é, tem que ser isso: união.
Abraços.
Marcadores:
Dead Fish,
Grupo Porco de Grindcore Interpretativo
terça-feira, 27 de julho de 2010
CHC Festival 3 - 25/07/10
Depois de um primeiro dia de sucesso, comprovado pelo ótimo público na Audio Rebel, o segundo dia do Chapolin Hardcore festival 3 (me falaram que eu podia usar minha imaginação pra "nomear" a sigla), comprovou a velha teoria de Roberto Amorim de que tudo que é bom tem que durar o dobro. O segundo dia, apesar da promoção em que, quem fosse no primeiro dia do festival entraria de graça no dia seguinte, contou com um público menor; 2/3 do público do dia anterior.
O começo do primeiro show do segundo dia da terceira edição do festival estava previsto para depois da vitória do Flamengo sobre o Internacional, mas como isso infelizmente não aconteceu, depois da primeira cerveja da noite subia ao degrau, da Audio Rebel, o Malvina, de Niterói. O 0,666666667 de público do dia anterior, ainda recatado, chegava pra ver o trio, que faz um som raro no Rio (estado) e até no Brasil; famosa escola Belvedere. Bela surpresa saber que existe uma banda dessa por aqui pelo Rio. Aliás, mais uma das grandes surpresas do festival.
O único problema, é que não puderam terminar o cover de The Decline, do NOFX, que por ser a última música do show, não pôde ser tocada por completo, por causa do tempo (tá, eu sei que tocaram ela por último de propósito pra "não dar tempo").
Após o Malvina, subia ao palco o já clássico Halé! Banda local, praticamente dona da casa, perfeita pra lembrar a nós cariocas presentes e aos integrantes das bandas "gringas" que estamos no Rio e que aqui o bagulho é frenético mesmo! Na pele!
O Halé fez o show de sempre! O show divertido em que você se vê obrigado a ir comprar uma cerveja rapidinho pra cuspir em cima de alguém e quando não tem ninguém mais pra cuspir você mete ela goela adentro num gole só pra poder pogar logo. Sem frescura! No SECO! Sem neurose e sem gracinha. Assim o Halé fez sua parte, seu show divertido, bacana, gostosinho e sensual. Mas... Com o público ainda recatado.
Até que chegou a vez do H.E.R.O. O sexteto - de seis - de São Paulo fez questão de lotar o palco da Rebel - e um pedacinho do chão, com o vocal (Tranka) - pra tocar seu hardcore melódico. Hardcore desses que eu, aliás, pensava que não se fabricavam mais. Com uma pegada a la Street Bulldogs com alguma pitada de Garage Fuzz (pra falar apenas dos gringos do Brasil) e com direito até a cover de Sheep And Shepherds, da primeira banda dessa frase, a banda fez, sem dúvida, o show mais agitado da noite construindo até mesmo o liquidificador do hardcore: vulgo Circle Pit. Fora os body surfins que começaram a aparecer na noite.
O H.E.R.O, aliás, é uma dessas bandas que, eu vou guardar um adesivo com carinho na minha caixa de sapatos. Vai valer bastante depois de um tempo. Certeza! E se você não foi, poxa, cara, sinto muito. Perdeu o show mais legal da noite e, na minha opinião, dos dois dias. Mas tudo bem! Daqui a uns anos te vendo um adesivo caro pra cacete, se quiser. Eu peguei dois.
Pra variar, depois de mais uma vez seguir o clássico ritual da cerveja/papo/visitinha no merchan/cerveja/cerveja era a vez do Auria (que veio lá do ES) penúltima banda do festival. Passei um tempo tentando analisar a banda, procurando uma forma de explicar como ela é sem usar muito de neologismos, mas... É uma especie de hardcore melódico bruto sem ser bruto, melódico por baixo da pele. Algo no maior estilo The Fire Still Burns.
De qualquer forma, esse objeto sonoro, maneiro pra cacete, de mais uma banda que tocava bem pra caramba ao vivo, era representada fielmente, pelo possuído vocal, Rafael Braz (sim, li no myspace (tá lá pra isso, né?)). Imagina um cara sentindo de uma forma muito forte um hardcore melódico por debaixo da pele! Imaginou? Então pronto! Consegui explicar! Ufa!
Depois do forte show do Auria, rolou uma coisa muito legal, que apesar de parecer pequena pra alguns, não poderia deixar de ser dita aqui. As camisas de todas as bandas (que tinham camisas) que participaram do festival foram distribuídas pelo palco em todos os cantos possíveis, como bandeiras. E nesse clima de união, começou o show dos praticamente sócios (e no dia eram mesmo) da Audio Rebel; Plastic Fire.
Reynaldo Drogba comandou a festa como se não houvesse amanhã (segunda feira) e, escandaloso pra caralho, fez o de sempre, arrancou vários bicos do Daniel, Guitarrista do PF, e promotor do evento, ao fazer suas presepadas pra lá e pra cá.
O show praticamente não foi do Plastic Fire. Não só deles. E não estou falando de quando uma banda faz um show muito legal e o público agita tanto que é como se o show fosse da plateia, estou falando de um vocalista que não sabe onde está o microfone. Bom, acho que deu pra entender direitinho a coisa. E acho que dá pra entender, também, se eu disser foi o show mais legal que já vi do Plastic Fire, né? Então tá dito!
Show pra matar todos os micróbios, com moshs, stages e porradareations, melhores que qualquer calistenia, acabando de vez com o life bar de quem ainda tinha alguma energia ao fim dos dois dias de festival. Principalmente quando rolou Bem Estar II, do Noção de Nada que foi , literalmente, pra pedir arrego. Negativo deu o "tchau" mais conhecido da Rebel e, assim, depois de dezenas de abraços suados, terminava a noite e a semana. Perfeita porque teve um fim.
O problema, que na verdade não é problema nenhum, é que agora nem sei como concluir isso tudo; festival. Parei com cara de pastel em frente a essa tela (a minha)... Pensei, pensei... E concluí que, quem foi ao evento entenderá minha falta de palavras ou falta de desenvoltura pra terminar esse humilde texto dizendo que, esse foi o melhor festival que já fui na minha vida, que nunca vi tanta banda legal em dois dias, que vai demorar muito pra acontecer um festival tão legal de novo, etc, etc.
Mas, tudo bem. Hoje troco minha criatividade conclusiva por nove nomes:
Medievaz, Take Off The Halter, D'Front, Rótulo, Malvina, Halé, H.E.R.O, Auria e Plastic Fire.
Nove nomes que guardei.
Abraços.
O começo do primeiro show do segundo dia da terceira edição do festival estava previsto para depois da vitória do Flamengo sobre o Internacional, mas como isso infelizmente não aconteceu, depois da primeira cerveja da noite subia ao degrau, da Audio Rebel, o Malvina, de Niterói. O 0,666666667 de público do dia anterior, ainda recatado, chegava pra ver o trio, que faz um som raro no Rio (estado) e até no Brasil; famosa escola Belvedere. Bela surpresa saber que existe uma banda dessa por aqui pelo Rio. Aliás, mais uma das grandes surpresas do festival.
O único problema, é que não puderam terminar o cover de The Decline, do NOFX, que por ser a última música do show, não pôde ser tocada por completo, por causa do tempo (tá, eu sei que tocaram ela por último de propósito pra "não dar tempo").
Após o Malvina, subia ao palco o já clássico Halé! Banda local, praticamente dona da casa, perfeita pra lembrar a nós cariocas presentes e aos integrantes das bandas "gringas" que estamos no Rio e que aqui o bagulho é frenético mesmo! Na pele!
O Halé fez o show de sempre! O show divertido em que você se vê obrigado a ir comprar uma cerveja rapidinho pra cuspir em cima de alguém e quando não tem ninguém mais pra cuspir você mete ela goela adentro num gole só pra poder pogar logo. Sem frescura! No SECO! Sem neurose e sem gracinha. Assim o Halé fez sua parte, seu show divertido, bacana, gostosinho e sensual. Mas... Com o público ainda recatado.
Até que chegou a vez do H.E.R.O. O sexteto - de seis - de São Paulo fez questão de lotar o palco da Rebel - e um pedacinho do chão, com o vocal (Tranka) - pra tocar seu hardcore melódico. Hardcore desses que eu, aliás, pensava que não se fabricavam mais. Com uma pegada a la Street Bulldogs com alguma pitada de Garage Fuzz (pra falar apenas dos gringos do Brasil) e com direito até a cover de Sheep And Shepherds, da primeira banda dessa frase, a banda fez, sem dúvida, o show mais agitado da noite construindo até mesmo o liquidificador do hardcore: vulgo Circle Pit. Fora os body surfins que começaram a aparecer na noite.
O H.E.R.O, aliás, é uma dessas bandas que, eu vou guardar um adesivo com carinho na minha caixa de sapatos. Vai valer bastante depois de um tempo. Certeza! E se você não foi, poxa, cara, sinto muito. Perdeu o show mais legal da noite e, na minha opinião, dos dois dias. Mas tudo bem! Daqui a uns anos te vendo um adesivo caro pra cacete, se quiser. Eu peguei dois.
Pra variar, depois de mais uma vez seguir o clássico ritual da cerveja/papo/visitinha no merchan/cerveja/cerveja era a vez do Auria (que veio lá do ES) penúltima banda do festival. Passei um tempo tentando analisar a banda, procurando uma forma de explicar como ela é sem usar muito de neologismos, mas... É uma especie de hardcore melódico bruto sem ser bruto, melódico por baixo da pele. Algo no maior estilo The Fire Still Burns.
De qualquer forma, esse objeto sonoro, maneiro pra cacete, de mais uma banda que tocava bem pra caramba ao vivo, era representada fielmente, pelo possuído vocal, Rafael Braz (sim, li no myspace (tá lá pra isso, né?)). Imagina um cara sentindo de uma forma muito forte um hardcore melódico por debaixo da pele! Imaginou? Então pronto! Consegui explicar! Ufa!
Depois do forte show do Auria, rolou uma coisa muito legal, que apesar de parecer pequena pra alguns, não poderia deixar de ser dita aqui. As camisas de todas as bandas (que tinham camisas) que participaram do festival foram distribuídas pelo palco em todos os cantos possíveis, como bandeiras. E nesse clima de união, começou o show dos praticamente sócios (e no dia eram mesmo) da Audio Rebel; Plastic Fire.
Reynaldo Drogba comandou a festa como se não houvesse amanhã (segunda feira) e, escandaloso pra caralho, fez o de sempre, arrancou vários bicos do Daniel, Guitarrista do PF, e promotor do evento, ao fazer suas presepadas pra lá e pra cá.
O show praticamente não foi do Plastic Fire. Não só deles. E não estou falando de quando uma banda faz um show muito legal e o público agita tanto que é como se o show fosse da plateia, estou falando de um vocalista que não sabe onde está o microfone. Bom, acho que deu pra entender direitinho a coisa. E acho que dá pra entender, também, se eu disser foi o show mais legal que já vi do Plastic Fire, né? Então tá dito!
Show pra matar todos os micróbios, com moshs, stages e porradareations, melhores que qualquer calistenia, acabando de vez com o life bar de quem ainda tinha alguma energia ao fim dos dois dias de festival. Principalmente quando rolou Bem Estar II, do Noção de Nada que foi , literalmente, pra pedir arrego. Negativo deu o "tchau" mais conhecido da Rebel e, assim, depois de dezenas de abraços suados, terminava a noite e a semana. Perfeita porque teve um fim.
O problema, que na verdade não é problema nenhum, é que agora nem sei como concluir isso tudo; festival. Parei com cara de pastel em frente a essa tela (a minha)... Pensei, pensei... E concluí que, quem foi ao evento entenderá minha falta de palavras ou falta de desenvoltura pra terminar esse humilde texto dizendo que, esse foi o melhor festival que já fui na minha vida, que nunca vi tanta banda legal em dois dias, que vai demorar muito pra acontecer um festival tão legal de novo, etc, etc.
Mas, tudo bem. Hoje troco minha criatividade conclusiva por nove nomes:
Medievaz, Take Off The Halter, D'Front, Rótulo, Malvina, Halé, H.E.R.O, Auria e Plastic Fire.
Nove nomes que guardei.
Abraços.
Marcadores:
Auria,
CHC Festival,
H.E.R.O,
Halé,
Malvina,
Plastic Fire
CHC Festival 3 - 24/07/10
Sabe aquele final de semana digno de filme dos anos 80? Tudo é curtição e em um momento o protagonista, com seu cabelo em formato de tigela e uma camisa do Smurfs diz: "esse é o melhor final de semana da minha vida!". Sobem os créditos e você vai pra casa pensando: "porra, bem que eu podia viver algo assim algum dia" (exceto pelo cabelo e a camisa do Smurfs, é claro).
Possivelmente passei por essa experiência nesses dois dias em que rolou o CHC(caralhão hardcore) na Audio Rebel. O festival reuniu diversas bandas da nova escola do hardcore melódico do nosso Brasil varonil, tornando inevitável aquela gostosa suruba de sotaques. Inicialmente tocariam cinco bandas no sábado e outras cinco no domingo, mas o End of Pipe (SC) não pode vir e o Halé, que tocaria no sábado, tocou no domingo.
A banda que deu início à festa foi o Medievaz (lê-se Mediêvaz. O tempo todo falei "Medieváz"), que devido aobendito maldito álcool, acabei perdendo parte do show e o cover que os meninos fizeram de Wake the Dead do Comeback Kid. Mas ok, vamos lá.
Quando cheguei, a maior parte do pessoal já estava no clima, sentindo de verdade a energia do som e entendendo a proposta da banda. Tanto que a primeira coisa que ouvi de uns amigos foi "caralho, que banda foda!", e foi só questão de instantes para que a catarse acontecesse comigo.
Conforme eles tocavam as músicas de seu primeiro EP, chamado Ascensão (que você pode ouvir aqui), as letras, o som, o djembê e o quinteto em si fizeram todo o sentido e me fizeram sair dali com a ideia de que o Medievaz logicamente tem suas influências, mas também é uma banda que irá influenciar... E muito.
Ainda no pique, tivemos em seguida o Take off the Halter. Lembro que escrevi uma resenha sobre o show em que eles abriram para o No Fun at All e comentei que seria uma banda que com certeza você logo ouviria alguém falar sobre o som. O maior reflexo que tive disso foi durante o show no CHC, já que levando em consideração que era primeira vez que eles passavam pelo Rio, havia inúmeras pessoas cantando todas as músicas do EP "We Took off", lançado esse ano.
As rodas e stage dives não pararam em nenhum momento! Acho que foi o clímax para toda a galera da geração Belvedere/The Fullblast (ou ultra-fast-melodic-hardcore, se preferir). Aliás, a pedidos, o TOTH tocou Subhuman Nature, do Belvedere, que foi o catalizador para alguns, que ainda estavam parados, entrarem na brincadeira. E se ainda tinha gente tímida, eles tocaram Water e Hi-Technology do Reffer, levando toda galera órfã da banda ao delírio. Ainda houve espaço para mandarem cover de Bob emendado com Linoleum, ambas do NOFX, e a partir daí, você pode imaginar a proporção que a coisa tomou.
Agora era hora dos mineiros do D'Front, que também se apresentavam aqui pela primeira vez. O pessoal assistiu ao show timidamente. Alguns caindo no mosh uma vez ou outra, outros lá na frente cantando com a banda e outros com aquele velho balançar de cabeça enquanto marcavam o ritmo com os pés - talvez por estarem recuperando o fôlego pelo show anterior.
O D'Front não ficou devendo nada e mandou uma porrada atrás da outra com aquele "quê" de velocidade que todo mundo se amarra. Algumas músicas faziam parte da demo de 2008 e outras eu não conhecia, infelizmente.
Alguns já iam saindo da Audio Rebel quando viramRenato Russo (brinks) Pedrão, vocalista do Rótulo, subindo ao palco com a trupe. Desde que ouvi o CD "A Luta", estava muito curioso para ver como seria um show desses rapazes. E posso dizer que minhas expectativas foram superadas em 200%. Show do Rótulo é o tipo de show em que se você estivesse frente a frente com um espelho, seu reflexo apontaria o dedo para você e diria: "ô seu filho da puta, por que você não está lá no meio do povo?". O som te instiga a cantar mesmo não sabendo a letra, abraçar quem você não conhece e chorar sem saber o porquê.
E como o Allex escreverá sobre o segundo dia, vou deixar logo aqui a minha posição sobre o CHC.
De coração, agradeço à galera do Plastic Fire (em especial, o Daniel) por toda a correria e terem proporcionado à nós esse final de semana fudido, com algumas das melhores bandas do hardcore nacional. Se você, que está lendo, ainda acredita que não tem cena no Rio, é hora de rever seus conceitos. E eu penso no que o paizãoRômulo Costa Reynaldo me disse no final do show do Plastic Fire. Ele me abraçou todo suado e zoado (ui!) e disse: "é tudo nosso!". E a parada é essa mesmo. A cena é nossa e nós somos a cena.
E encerro com a música Circle Pit do Rótulo:
"Quando entrar por aquela porta
Esquecer os seus problemas,
ordens e meros planos.
Nada disso importa mais,
o que vale é viver!
Vamos cantar e gritar esta canção
com o punho fechado, alto,
abraçando o irmão."
Possivelmente passei por essa experiência nesses dois dias em que rolou o CHC
A banda que deu início à festa foi o Medievaz (lê-se Mediêvaz. O tempo todo falei "Medieváz"), que devido ao
Quando cheguei, a maior parte do pessoal já estava no clima, sentindo de verdade a energia do som e entendendo a proposta da banda. Tanto que a primeira coisa que ouvi de uns amigos foi "caralho, que banda foda!", e foi só questão de instantes para que a catarse acontecesse comigo.
Conforme eles tocavam as músicas de seu primeiro EP, chamado Ascensão (que você pode ouvir aqui), as letras, o som, o djembê e o quinteto em si fizeram todo o sentido e me fizeram sair dali com a ideia de que o Medievaz logicamente tem suas influências, mas também é uma banda que irá influenciar... E muito.
Ainda no pique, tivemos em seguida o Take off the Halter. Lembro que escrevi uma resenha sobre o show em que eles abriram para o No Fun at All e comentei que seria uma banda que com certeza você logo ouviria alguém falar sobre o som. O maior reflexo que tive disso foi durante o show no CHC, já que levando em consideração que era primeira vez que eles passavam pelo Rio, havia inúmeras pessoas cantando todas as músicas do EP "We Took off", lançado esse ano.
As rodas e stage dives não pararam em nenhum momento! Acho que foi o clímax para toda a galera da geração Belvedere/The Fullblast (ou ultra-fast-melodic-hardcore, se preferir). Aliás, a pedidos, o TOTH tocou Subhuman Nature, do Belvedere, que foi o catalizador para alguns, que ainda estavam parados, entrarem na brincadeira. E se ainda tinha gente tímida, eles tocaram Water e Hi-Technology do Reffer, levando toda galera órfã da banda ao delírio. Ainda houve espaço para mandarem cover de Bob emendado com Linoleum, ambas do NOFX, e a partir daí, você pode imaginar a proporção que a coisa tomou.
Agora era hora dos mineiros do D'Front, que também se apresentavam aqui pela primeira vez. O pessoal assistiu ao show timidamente. Alguns caindo no mosh uma vez ou outra, outros lá na frente cantando com a banda e outros com aquele velho balançar de cabeça enquanto marcavam o ritmo com os pés - talvez por estarem recuperando o fôlego pelo show anterior.
O D'Front não ficou devendo nada e mandou uma porrada atrás da outra com aquele "quê" de velocidade que todo mundo se amarra. Algumas músicas faziam parte da demo de 2008 e outras eu não conhecia, infelizmente.
Alguns já iam saindo da Audio Rebel quando viram
E como o Allex escreverá sobre o segundo dia, vou deixar logo aqui a minha posição sobre o CHC.
De coração, agradeço à galera do Plastic Fire (em especial, o Daniel) por toda a correria e terem proporcionado à nós esse final de semana fudido, com algumas das melhores bandas do hardcore nacional. Se você, que está lendo, ainda acredita que não tem cena no Rio, é hora de rever seus conceitos. E eu penso no que o paizão
E encerro com a música Circle Pit do Rótulo:
"Quando entrar por aquela porta
Esquecer os seus problemas,
ordens e meros planos.
Nada disso importa mais,
o que vale é viver!
Vamos cantar e gritar esta canção
com o punho fechado, alto,
abraçando o irmão."
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Gramofocas - 17/07/10
Após uma espera de 5 anos, o Gramofocas voltou ao Rio - de Janeiro - pra, mesmo com o tempo chuvoso do fim de semana, matar a saudade das nossas praias, bater papo com todo mundo, tomar o maior numero de cervejas que pudessem, e tocar um pouco. O Penúltimo show dos caras rolou no Ballroom (salve!) e o último, de ontem, rolou no Cine Lapa, na Lapa. Quem bancou passagem, ligou pros caras, acertou cachê e organizou o festival em si foi o pessoal da Ressaca do Rock, que é basicamente a mesma galera da Grande Roubada.
E mais uma vez o pessoal do Ressaca do Rock/Grande roubada provou que sabe tudo de logística, já que pela 'onzésima' vez acertaram na escolha do lugar em que fizeram seu evento; casa nem vazia nem lotada, mas mais lotada que vazia, ou seja, bom público. Mais uma vez, creio, o número de pessoas que a organização do evento esperava. O que é ótimo pensando a médio prazo.
Quem abriu a noite foi o Costanzas, banda que não conhecia - e acho que poucos conheciam - e que foi, pra mim, a grata surpresa da noite - sério! Banda de Punk Rock Ramônico, Bubblegum, como o evento pedia, dessas que infelizmente não tem quase nenhuma no Rio. Os caras - e as caras - da banda seguem a receita direitinho; quero isso, quero aquilo, cervejas, 3 acordes e nessa base fizeram um show realmente interessante.
A banda também mandou 3 covers desses que você fala "poxa, que legal!": Commando (não preciso nem falar de que banda), Nega Jurema dos Raimundos e X-Ray Specs, do Lillingtons, que foi cantada pela guitarrista Angélica, aniversariante da semana passada, numa pegada meio a la Runaways, muito legal.
Parabéns, Angélica e parabéns ao Costanzas pelo show. Vocês, se estiverem lendo, sabem bem como é difícil abrir um festival como esse e manter todo mundo paradinho olhando pra vocês.
Depois, com a guitarra um pouco alta, subiu ao palco o Taub, banda da Zona Norte carioca que, eu sinceramente não sei muito bem o que falar sobre. Mas vou tentar ser... Sutil. O Taub não soube/conseguiu muito bem fazer o que a primeira banda fez; deixar o público paradinho prestando atenção neles. Não sei se por conta do público do dia, pela pegada do show, que pareceu um pouco 'complicado' ou por causa de sei lá. Mas se quiserem um palpite, acho que o show foi estranho porque a guitarra tava alta demais e por isso acabaram ficando sem 'cozinha' nenhuma e eu acabei não entendendo muito bem.
Antes do evento dei uma ouvida no myspace do Taub e achei bem legal, de verdade. A banda é Hardcore e mistura um pouco de outros estilos de um jeito até bem interessante de uma forma bem acariocada, mas... Achei o show, assim, chato, apesar das amigáveis cusparadas de cerveja na cara dos integrantes da banda, que é algo realmente divertido. Mas é 'aquilo': teve gente que gostou, teve gente que não! Achei chato, mas é a vida! E não tomem minha opinião como padrão de nada, por favor!
Depois de uma (s) cerveja (s), era a vez do Carbona, que dispensa apresentações, no show de lançamento do novo álbum, Dr. Fujita Contra a Abominável Mulher-Tornado, mas que acabou tocando só uma ou outra música do álbum novo, como o Massacre da Serra Elétrica e Valentina, talvez pra não comprometer muito a set, já que o disco novo ainda não foi lançado fisicamente. Prevaleceram os clássicos "Taitanos", como 43, Meu Primeiro All Star, Quero Ir Com Você Pra Lua, Copo D'água e Esqueletos Em Todo Lugar. Essa última num momento "Self Service de plateia".
Provavelmente o ponto alto do show do Carbona foi a inusitada cover de Sempre Que Eu Fico Feliz Eu Bebo, do Gramofocas (!), com a participação do Paulo (baixista e vocal do Gramofocas), que quando ouviu "felicidade vem e vai" saiu correndo em direção ao palco, claro!
Aliás, o Carbona fez um showzaço. Talvez o melhor show dos caras que vi desde que viraram quarteto, apesar da falha da guitarra do Henrique (vocal e guitarra) na metade do show. Talvez o show tenha sido tão legal por conta do clima do local, por ser o público certo. O Show teve direito até a Macarroni Girl (YEAAAH!!!!!) e ao cover de Rockaway Beach, dos Ramones (mais um na noite), ambas em homenagem ao Pedro, baterista e aniversariante. Ah! Parabéns também, Pedro!
Até que, depois de um gole aqui e um gole lá, subia ao palco os Distrito Federaienses (ainda não sei o adjetivo pátrio de quem vem do DF) do Gramofocas. Viva Boris Yeltsin abriu o show e fez com que acontecesse uma daquelas coisas que todo mundo sabe que vai acontecer mas que é inevitável, não tem jeito; pogo!
O show continuou com uma set list pra ninguém colocar defeito (a não ser que esse ninguém seja muito chato, mesmo), com músicas como Bagaceira Baby, Baby você não tem pudor, A Filha do Dono do Bar, Você é Meu Rolinho Parmalat, Eu Queria Comer a Raquel, Country Song, Um Gole Aqui Um Gole Lá, do primeiro disco, além de Ela só Pensa Em Apanhar, do Split com os Capotones e da música nova Brasamora, incessantemente pedida pela plateiacom interferência sem nenhuma interferência do Paulo, diga-se de passagem.
E como se não fosse o bastante 2 covers de Ramones na noite (e não era mesmo) o Gramofocas fez questão de tocar o seu também pra não ficar de fora da brincadeira; R.A.M.O.N.E.S. e por que não fazer mais um cover, na noite, não é? Pensando nisso, numa brecha da set, rolou também, da parte dos Gramofocas, a cover de Hybrid Moments do Misfits, com a participação especial de um anônimo (que eu conheço, mas que pra você é anônimo) nos vocais durante metade da música.
Além de tudo isso rolou também o processo contrario do show do Carbona e o Henrique e o Pedro subiram ao palco pra cantar Sempre Que eu Feliz Eu Bebo com a banda. E essa música é boa mesmo pra fazer o frenesi dos shows, fez duas vezes. E pelo visto se alguém a tocasse pela 3ª vez na noite faria de novo.
Pedrinho Grana ao anunciar Por Que Existe Ressaca?, dedicando-a ao amanhã (que felizmente era um domingo), dava o tom de despedida a todos no show e misturava mesmo que implicitamente um misto de satisfação e tristeza pelo fim do show. Mais um desses sentimentos previsíveis e inevitáveis.
E pra terminar esse humilde texto eu poderia dizer que foi uma bela noite, que quero muito que o Gramofocas volte logo (e quero mesmo), ou que saí com uma felicidade imensa e uma sensação de que realmente valeu a pena sair de casa na chuva pra assistir ao show, mas prefiro terminar dizendo outra coisa.
Punk Rock não morrerá. Não vai e não pode. E obrigado por contribuírem pra isso, Gramofocas, Carbona, Taub e Costanzas. Valeu mesmo!
Abraços.
E mais uma vez o pessoal do Ressaca do Rock/Grande roubada provou que sabe tudo de logística, já que pela 'onzésima' vez acertaram na escolha do lugar em que fizeram seu evento; casa nem vazia nem lotada, mas mais lotada que vazia, ou seja, bom público. Mais uma vez, creio, o número de pessoas que a organização do evento esperava. O que é ótimo pensando a médio prazo.
Quem abriu a noite foi o Costanzas, banda que não conhecia - e acho que poucos conheciam - e que foi, pra mim, a grata surpresa da noite - sério! Banda de Punk Rock Ramônico, Bubblegum, como o evento pedia, dessas que infelizmente não tem quase nenhuma no Rio. Os caras - e as caras - da banda seguem a receita direitinho; quero isso, quero aquilo, cervejas, 3 acordes e nessa base fizeram um show realmente interessante.
A banda também mandou 3 covers desses que você fala "poxa, que legal!": Commando (não preciso nem falar de que banda), Nega Jurema dos Raimundos e X-Ray Specs, do Lillingtons, que foi cantada pela guitarrista Angélica, aniversariante da semana passada, numa pegada meio a la Runaways, muito legal.
Parabéns, Angélica e parabéns ao Costanzas pelo show. Vocês, se estiverem lendo, sabem bem como é difícil abrir um festival como esse e manter todo mundo paradinho olhando pra vocês.
Depois, com a guitarra um pouco alta, subiu ao palco o Taub, banda da Zona Norte carioca que, eu sinceramente não sei muito bem o que falar sobre. Mas vou tentar ser... Sutil. O Taub não soube/conseguiu muito bem fazer o que a primeira banda fez; deixar o público paradinho prestando atenção neles. Não sei se por conta do público do dia, pela pegada do show, que pareceu um pouco 'complicado' ou por causa de sei lá. Mas se quiserem um palpite, acho que o show foi estranho porque a guitarra tava alta demais e por isso acabaram ficando sem 'cozinha' nenhuma e eu acabei não entendendo muito bem.
Antes do evento dei uma ouvida no myspace do Taub e achei bem legal, de verdade. A banda é Hardcore e mistura um pouco de outros estilos de um jeito até bem interessante de uma forma bem acariocada, mas... Achei o show, assim, chato, apesar das amigáveis cusparadas de cerveja na cara dos integrantes da banda, que é algo realmente divertido. Mas é 'aquilo': teve gente que gostou, teve gente que não! Achei chato, mas é a vida! E não tomem minha opinião como padrão de nada, por favor!
Depois de uma (s) cerveja (s), era a vez do Carbona, que dispensa apresentações, no show de lançamento do novo álbum, Dr. Fujita Contra a Abominável Mulher-Tornado, mas que acabou tocando só uma ou outra música do álbum novo, como o Massacre da Serra Elétrica e Valentina, talvez pra não comprometer muito a set, já que o disco novo ainda não foi lançado fisicamente. Prevaleceram os clássicos "Taitanos", como 43, Meu Primeiro All Star, Quero Ir Com Você Pra Lua, Copo D'água e Esqueletos Em Todo Lugar. Essa última num momento "Self Service de plateia".
Provavelmente o ponto alto do show do Carbona foi a inusitada cover de Sempre Que Eu Fico Feliz Eu Bebo, do Gramofocas (!), com a participação do Paulo (baixista e vocal do Gramofocas), que quando ouviu "felicidade vem e vai" saiu correndo em direção ao palco, claro!
Aliás, o Carbona fez um showzaço. Talvez o melhor show dos caras que vi desde que viraram quarteto, apesar da falha da guitarra do Henrique (vocal e guitarra) na metade do show. Talvez o show tenha sido tão legal por conta do clima do local, por ser o público certo. O Show teve direito até a Macarroni Girl (YEAAAH!!!!!) e ao cover de Rockaway Beach, dos Ramones (mais um na noite), ambas em homenagem ao Pedro, baterista e aniversariante. Ah! Parabéns também, Pedro!
Até que, depois de um gole aqui e um gole lá, subia ao palco os Distrito Federaienses (ainda não sei o adjetivo pátrio de quem vem do DF) do Gramofocas. Viva Boris Yeltsin abriu o show e fez com que acontecesse uma daquelas coisas que todo mundo sabe que vai acontecer mas que é inevitável, não tem jeito; pogo!
O show continuou com uma set list pra ninguém colocar defeito (a não ser que esse ninguém seja muito chato, mesmo), com músicas como Bagaceira Baby, Baby você não tem pudor, A Filha do Dono do Bar, Você é Meu Rolinho Parmalat, Eu Queria Comer a Raquel, Country Song, Um Gole Aqui Um Gole Lá, do primeiro disco, além de Ela só Pensa Em Apanhar, do Split com os Capotones e da música nova Brasamora, incessantemente pedida pela plateia
E como se não fosse o bastante 2 covers de Ramones na noite (e não era mesmo) o Gramofocas fez questão de tocar o seu também pra não ficar de fora da brincadeira; R.A.M.O.N.E.S. e por que não fazer mais um cover, na noite, não é? Pensando nisso, numa brecha da set, rolou também, da parte dos Gramofocas, a cover de Hybrid Moments do Misfits, com a participação especial de um anônimo (que eu conheço, mas que pra você é anônimo) nos vocais durante metade da música.
Além de tudo isso rolou também o processo contrario do show do Carbona e o Henrique e o Pedro subiram ao palco pra cantar Sempre Que eu Feliz Eu Bebo com a banda. E essa música é boa mesmo pra fazer o frenesi dos shows, fez duas vezes. E pelo visto se alguém a tocasse pela 3ª vez na noite faria de novo.
Pedrinho Grana ao anunciar Por Que Existe Ressaca?, dedicando-a ao amanhã (que felizmente era um domingo), dava o tom de despedida a todos no show e misturava mesmo que implicitamente um misto de satisfação e tristeza pelo fim do show. Mais um desses sentimentos previsíveis e inevitáveis.
E pra terminar esse humilde texto eu poderia dizer que foi uma bela noite, que quero muito que o Gramofocas volte logo (e quero mesmo), ou que saí com uma felicidade imensa e uma sensação de que realmente valeu a pena sair de casa na chuva pra assistir ao show, mas prefiro terminar dizendo outra coisa.
Punk Rock não morrerá. Não vai e não pode. E obrigado por contribuírem pra isso, Gramofocas, Carbona, Taub e Costanzas. Valeu mesmo!
Abraços.
Marcadores:
Carbona,
Costanzas,
Gramofocas,
Taub
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Zander - 02/07/10
Depois de uma sexta-feira agraciada por mais um semi-feriado copeiro - e desgraciada por um tal de Sneijder -, rolou na Planet Music, em Cascadura, o show da (ou do) Zander - que, pra quem não sabe, é a banda do Bill pós Noção de Nada e Deluxe Trio. Foi o último show da banda por aqui antes da gravação do novo disco, que eu adoraria saber o nome pra escrever aqui, mas ainda não sei.
A casa teve bom público. Não lotou, mas, particularmente, deu o público que eu, como mero desconhecedor de assuntos relacionados à logística, esperava. Não sei contar direito, mas havia entre 50 e 70 pessoas, que ficaram bem distribuídas no chão quadriculado da Planet. E, como sempre, torço pra que a galera da Maniqueísmo Produções, responsável pela organização do evento, não tenha tomado prejuízo. E no fundo acho que não tomou mesmo.
Pra abrir o evento foram escaladas quatro bandas; pra variar uma delas faltou (o Outrora Fractal). Aliás, é engraçado como sempre falta uma banda. E nem me refiro ao Outrora, mesmo porque não sei o motivo dos caras terem faltado e o ser humano está sempre sujeito a qualquer imprevisto - eu também adoro faltar à faculdade -, mas é curioso como sempre falta uma banda, só curioso mesmo.
E na verdade "as bandas de abertura não merecem muito destaque mesmo". Foi o que o público "pareceu ter achado", pois o Folhas de Inverno tocou pra pouquíssimas pessoas (daquelas 60, por aí), assim como o Repúdio - sendo que todos estavam na frente do local bebendo suas cervejas, o que é normal, mas eu, curiosamente, dessa vez estava lá dentro e acompanhei as bandas.
Infelizmente acabo ficando sem muito o que falar, já que os shows foram curtos e meio sem inspiração. tocar pra pouca gente sem receber muitas palmas é "aquela" coisa, né? Sempre complicado. Mas, pra fazer valer a presença das bandas, vou dizer que o Folhas de Outono é uma banda de Screamo, que você pode ouvir aqui, e que o Repúdio é o Repúdio; crossover bolado com alguma pegada punk.
Depois das duas bandas, subiu ao palco o Plastic Fire, do vocalistaRômulo Costa Reynaldo, já quando o público sentiu frio, ficou sem dinheiro pra mais cervejas, teve de ir no banheiro ou queria mesmo ver a banda e adentrou o recinto. E o Plastic Fire é "aquilo", né? Tocaram o seu EP (E.xistência P.arcial), algumas canções novas, algumas semi-velhas, algumas semi-novas e assim foi indo. Aliás, como já é a terceira vez que falo do PF por aqui, vou usar a frase de um amigo pra ilustrar a presença de palco e participação dos caras: "Maneiro o vocalista! Cheio dos mereguedengues!". Falando nisso, provavelmente foi o melhor show da banda desses três recentes do qual falamos aqui no blog (esse (esse) esse e esse); só porque o patrão tava lá, né?!
Voltando a falar do público, apesar dos mereguedengues do Reynaldo fanfarrão e da boa apresentação, o público estava recatado. Aliás, é o público do Zander, né... Um público mais sensorial, diria.
Depois de um ajuste no som aqui e outro aqui também, Gabriel (o Bill, pô) dá seu boa noite e a banda começa a fechar a madrugada com Senso - e sem o Phill nas guitarras. O guitarrista, que também toca no Dead Fish - e também tocava no bom e velho Reffer -, além dos problemas de logística, por morar em São Paulo, teve um uma LER (Lesão por Esforço Repetitivo) de tanto tocar GUITARRA e, para se preservar, não compareceu, deixando a banda só (!) com duas guitarras.
Ainda não tinha visto o Bill (o Gabriel, pô) ao vivo com a Zander e, com toda a humildade do mundo, digo: o cara tem uma "pegada vocal sensorial" impressionante. Parecia que ele cantava em um outro microfone diferente do que as outras bandas tocaram. E isso foi comprovado quando uma moça, muito sensorial, diga-se de passagem, subiu ao palco pra cantar Dialeto no microfone "mágico" e pareceu que o microfone perdeu o encanto. Não porque a menina cantava mal, longe disso, mas porque a voz não tinha ganho, não sei (na verdade, eu acho que escutei bem baixinho o microfone "dizendo" que queria o Bill).
E o show seguiu com Dezesseis, Em Construção, Outro dia mais (*-*), Pegue a Senha e Aguarde e todas as músicas dos dois EP's da banda (Em Construção e Já Faz Algum Tempo), cantadas em uníssono pelos sensoriais (cismei com sensoriais) presentes, como era de se esperar, claro! O show teve como ponto de ebulição, sem dúvida, o cover de Disconnected do Face to Face, que deu uma puta nostalgia do show dos americanos junto com o Rivets, em 2008, na Gávea; a banda fechou, claro, com Pólvora.
Apesar de não parecer, pela falta de um ou outro ênfase nesse humilde texto, o Zander fez um dos melhores shows nacionais do ano presenciados por mim até agora. Pelo menos foi, sem dúvida, o show nacional mais redondo, coeso e técnico que vi até agora no ano. Além de tudo eu precisava realmente de um show desse tipo.
E agora, sobre o show, o que eu sei é que voltar pra casa, mesmo sem ônibus, às 4 da manhã, sem dúvidas, valeu a pena.
Valeu, Zander! Repito: estava mesmo precisando cantar significados bem alto.
Abraços
A casa teve bom público. Não lotou, mas, particularmente, deu o público que eu, como mero desconhecedor de assuntos relacionados à logística, esperava. Não sei contar direito, mas havia entre 50 e 70 pessoas, que ficaram bem distribuídas no chão quadriculado da Planet. E, como sempre, torço pra que a galera da Maniqueísmo Produções, responsável pela organização do evento, não tenha tomado prejuízo. E no fundo acho que não tomou mesmo.
Pra abrir o evento foram escaladas quatro bandas; pra variar uma delas faltou (o Outrora Fractal). Aliás, é engraçado como sempre falta uma banda. E nem me refiro ao Outrora, mesmo porque não sei o motivo dos caras terem faltado e o ser humano está sempre sujeito a qualquer imprevisto - eu também adoro faltar à faculdade -, mas é curioso como sempre falta uma banda, só curioso mesmo.
E na verdade "as bandas de abertura não merecem muito destaque mesmo". Foi o que o público "pareceu ter achado", pois o Folhas de Inverno tocou pra pouquíssimas pessoas (daquelas 60, por aí), assim como o Repúdio - sendo que todos estavam na frente do local bebendo suas cervejas, o que é normal, mas eu, curiosamente, dessa vez estava lá dentro e acompanhei as bandas.
Infelizmente acabo ficando sem muito o que falar, já que os shows foram curtos e meio sem inspiração. tocar pra pouca gente sem receber muitas palmas é "aquela" coisa, né? Sempre complicado. Mas, pra fazer valer a presença das bandas, vou dizer que o Folhas de Outono é uma banda de Screamo, que você pode ouvir aqui, e que o Repúdio é o Repúdio; crossover bolado com alguma pegada punk.
Depois das duas bandas, subiu ao palco o Plastic Fire, do vocalista
Voltando a falar do público, apesar dos mereguedengues do Reynaldo fanfarrão e da boa apresentação, o público estava recatado. Aliás, é o público do Zander, né... Um público mais sensorial, diria.
Depois de um ajuste no som aqui e outro aqui também, Gabriel (o Bill, pô) dá seu boa noite e a banda começa a fechar a madrugada com Senso - e sem o Phill nas guitarras. O guitarrista, que também toca no Dead Fish - e também tocava no bom e velho Reffer -, além dos problemas de logística, por morar em São Paulo, teve um uma LER (Lesão por Esforço Repetitivo) de tanto tocar GUITARRA e, para se preservar, não compareceu, deixando a banda só (!) com duas guitarras.
Ainda não tinha visto o Bill (o Gabriel, pô) ao vivo com a Zander e, com toda a humildade do mundo, digo: o cara tem uma "pegada vocal sensorial" impressionante. Parecia que ele cantava em um outro microfone diferente do que as outras bandas tocaram. E isso foi comprovado quando uma moça, muito sensorial, diga-se de passagem, subiu ao palco pra cantar Dialeto no microfone "mágico" e pareceu que o microfone perdeu o encanto. Não porque a menina cantava mal, longe disso, mas porque a voz não tinha ganho, não sei (na verdade, eu acho que escutei bem baixinho o microfone "dizendo" que queria o Bill).
E o show seguiu com Dezesseis, Em Construção, Outro dia mais (*-*), Pegue a Senha e Aguarde e todas as músicas dos dois EP's da banda (Em Construção e Já Faz Algum Tempo), cantadas em uníssono pelos sensoriais (cismei com sensoriais) presentes, como era de se esperar, claro! O show teve como ponto de ebulição, sem dúvida, o cover de Disconnected do Face to Face, que deu uma puta nostalgia do show dos americanos junto com o Rivets, em 2008, na Gávea; a banda fechou, claro, com Pólvora.
Apesar de não parecer, pela falta de um ou outro ênfase nesse humilde texto, o Zander fez um dos melhores shows nacionais do ano presenciados por mim até agora. Pelo menos foi, sem dúvida, o show nacional mais redondo, coeso e técnico que vi até agora no ano. Além de tudo eu precisava realmente de um show desse tipo.
E agora, sobre o show, o que eu sei é que voltar pra casa, mesmo sem ônibus, às 4 da manhã, sem dúvidas, valeu a pena.
Valeu, Zander! Repito: estava mesmo precisando cantar significados bem alto.
Abraços
Marcadores:
Folhas de Outono,
Plastic Fire,
Repúdio,
Zander
domingo, 27 de junho de 2010
Mukeka Di Rato - 25/06/10
Nessa última sexta-feira, após o empate do Brasil com Portugal (jogo extremamente chato, diga-se de passagem), os apreciadores do bom rrrrrrock tiveram a oportunidade de curtir o show de uma das maiores bandas de hardcore do cenário brasileiro, o Mukeka di Rato, na festa A Grande Roubada. Desde abril do ano passado, quando tocaram com Vivisick e Fuck on the Beach, os capixabas não tocavam em terras cariocas; dessa vez, o Teatro Odisseia acolheu esse espetáculo maravilhoso da nossa música satânica. Algumas pessoas não esperavam muito desse show, visto que os últimos dois shows do Mukeka no RJ foram realmente fracos, no entanto, dessa vez eles vieram para compensar!
Às 22:30hs já se concentravam algumas pessoas em frente ao Teatro Odisseia, enquanto bebiam e conversavam, e meia hora depois já subia ao palco a primeira banda da noite: Plastic Fire. Já conhecidos da cena hardcore local, o 'Bad Brains Carioca' apresentou um set que misturava músicas do primeiro EP, chamado E.xistência P.arcial, com músicas que estão para sair no próximo CD. Ainda rolou aquele coverzinho básico da banda Noção de Nada (Bem Estar II), fazendo o pessoal agitar ainda mais, até o ponto de tomarem o microfone do vocalista, Reynaldo, para cantar (Ah, ok, confesso que eu estava nesse 'pessoal')!
Após aquele intervalo básico para cerveja, dancinhas e conversas, subia ao palco a banda Cara de Porco. Alguns olhavam e tentavam entender o porquê de no palco estarem metaleiros vestidos de caipiras (ou seriam caipiras vestidos de metaleiros?) e um saci de duas pernas dividindo os vocais com um dos 'caipiras do metal'. A banda tem uns 10 anos de estrada e mostrou que ainda sabe a fórmula para fazer um show animado abusando não somente das suas músicas cômicas e referências esdrúxulas como também de várias interpretações que acontecem durante o show. O maior exemplo disso foi um jovem fantasiado de Jesus Cristo, com uma cruz enorme, no meio do mosh com a galera, enquanto o Saci cantava 'eu atirei pedra na cruz, eu atirei pedra na cruz'. Aliás, das bandas de abertura, o show mais animado com certeza foi o do Cara de Porco! Desde o começo até o fim o povo estava lá moshando e pogando. Alguns cantavam e aos poucos quem falava 'nossa, que merda é essa?', já estava lá no meio da festa também. É como a própria banda diz: 'é ruim, mas todo mundo gosta!'.
Continuando o evento, os Cabrones Sarnentos começam o show já com uma porrada: 'O Dotadão Deve Morrer', da lendária banda Cascavelletes, que fez alguns poucos começarem a dançar e cantar. Disparando várias músicas com influências psychobilly e Black Flag (por que não?) acrescidos de um vocal rasgado, entreteram as poucas pessoas que ficaram para acompanhar e prestar atenção (o que não foi meu caso, admito) nos 50 minutos de show.
Ansiosos pelo show do Mukeka, a cuecada acabou ficando mais ouriçada ainda quando Sweetie, modelo do site Suicide Girls (saiba o que são as Suicide Girls aqui), subiu ao palco e fez um strip super sensual, levando a galera à loucura! Podemos afirmar facilmente que a performance dela foi tema de vários sonhos molhados para a maioria dos jovens naquele recinto.
Enquanto alguns voltavam do banheiro lá estava o Mukeka di Rato no palco e, diferentemente da última vez, Sandro estava sóbrio! Somado a esse fator, podemos incluir o setlist impecável que passeava entre canções (canções sim!) do Pasqualin na Terra do Chupa-Cabra, Acabar com Você e o clássico, Gaiola, o que, com certeza, agradou bastante a galera das antigas. Músicas como 'Só Capeta Cuspindo Fogo' e 'Deturpação Divina' foram cantadas em uníssono, e com a mesma energia a juventude se espancava no meio do mosh, uma coisa extremamente linda de se ver!
Para se ter uma ideia, houve até oportunidade da galera pedir a música que queriam, e atendendo ao pedido de uma guria, eles tocaram 'Eu Como Merda' (que o Allex, dono desse bonito blog, diz não acreditar até agora que eles tocaram essa). Mas na verdade essa situação só se deu porque eles tocariam uma música nova que o Sandro chegou a anunciar, mas o Paulista não quis tocar. Ainda no clima da música anterior, eles tocaram 'Burzum Marley' para a galera dar aquela relaxada. Um dos pontos altos com certeza foi 'Homem-Borracha', onde várias pessoas ficaram super próximas ao palco cantando juntas com o Sandro. Para encerrar, mandaram 'Acabar com Você' e já emendaram com 'Música sem Mensagem'.
Alguns reclamaram que o show foi curto, que só tocaram 'Cachaça' do álbum 'Carne' e que deixaram alguns clássicos de fora, como 'Clube da Criança Junkie', mas em comparação aos shows anteriores, todos estavam de acordo de que esse havia sido o melhor em anos!
Após ver o Mukeka, a maior parte do povo foi embora, mas alguns bons roqueiros ainda ficaram para curtir o surf rock da banda capixaba Los Muertos Vivientes. Por não ser uma banda conhecida do público, foi bem infeliz a decisão de os colocarem para fechar o evento, pois assim muita gente deixou de conhecer o som dos caras e até de presenciar pela primeira vez uma banda em que todos os integrantes tocavam com máscaras de lucha libre (deixando qualquer Slipknot da vida morrendo de inveja)!
Agora é esperar a próxima passagem do Mukeka por aqui e torcer para que role um show de 40 minutos e, claro, que o Sandro esteja sóbrio novamente!
Às 22:30hs já se concentravam algumas pessoas em frente ao Teatro Odisseia, enquanto bebiam e conversavam, e meia hora depois já subia ao palco a primeira banda da noite: Plastic Fire. Já conhecidos da cena hardcore local, o 'Bad Brains Carioca' apresentou um set que misturava músicas do primeiro EP, chamado E.xistência P.arcial, com músicas que estão para sair no próximo CD. Ainda rolou aquele coverzinho básico da banda Noção de Nada (Bem Estar II), fazendo o pessoal agitar ainda mais, até o ponto de tomarem o microfone do vocalista, Reynaldo, para cantar (Ah, ok, confesso que eu estava nesse 'pessoal')!
Após aquele intervalo básico para cerveja, dancinhas e conversas, subia ao palco a banda Cara de Porco. Alguns olhavam e tentavam entender o porquê de no palco estarem metaleiros vestidos de caipiras (ou seriam caipiras vestidos de metaleiros?) e um saci de duas pernas dividindo os vocais com um dos 'caipiras do metal'. A banda tem uns 10 anos de estrada e mostrou que ainda sabe a fórmula para fazer um show animado abusando não somente das suas músicas cômicas e referências esdrúxulas como também de várias interpretações que acontecem durante o show. O maior exemplo disso foi um jovem fantasiado de Jesus Cristo, com uma cruz enorme, no meio do mosh com a galera, enquanto o Saci cantava 'eu atirei pedra na cruz, eu atirei pedra na cruz'. Aliás, das bandas de abertura, o show mais animado com certeza foi o do Cara de Porco! Desde o começo até o fim o povo estava lá moshando e pogando. Alguns cantavam e aos poucos quem falava 'nossa, que merda é essa?', já estava lá no meio da festa também. É como a própria banda diz: 'é ruim, mas todo mundo gosta!'.
Continuando o evento, os Cabrones Sarnentos começam o show já com uma porrada: 'O Dotadão Deve Morrer', da lendária banda Cascavelletes, que fez alguns poucos começarem a dançar e cantar. Disparando várias músicas com influências psychobilly e Black Flag (por que não?) acrescidos de um vocal rasgado, entreteram as poucas pessoas que ficaram para acompanhar e prestar atenção (o que não foi meu caso, admito) nos 50 minutos de show.
Ansiosos pelo show do Mukeka, a cuecada acabou ficando mais ouriçada ainda quando Sweetie, modelo do site Suicide Girls (saiba o que são as Suicide Girls aqui), subiu ao palco e fez um strip super sensual, levando a galera à loucura! Podemos afirmar facilmente que a performance dela foi tema de vários sonhos molhados para a maioria dos jovens naquele recinto.
Enquanto alguns voltavam do banheiro lá estava o Mukeka di Rato no palco e, diferentemente da última vez, Sandro estava sóbrio! Somado a esse fator, podemos incluir o setlist impecável que passeava entre canções (canções sim!) do Pasqualin na Terra do Chupa-Cabra, Acabar com Você e o clássico, Gaiola, o que, com certeza, agradou bastante a galera das antigas. Músicas como 'Só Capeta Cuspindo Fogo' e 'Deturpação Divina' foram cantadas em uníssono, e com a mesma energia a juventude se espancava no meio do mosh, uma coisa extremamente linda de se ver!
Para se ter uma ideia, houve até oportunidade da galera pedir a música que queriam, e atendendo ao pedido de uma guria, eles tocaram 'Eu Como Merda' (que o Allex, dono desse bonito blog, diz não acreditar até agora que eles tocaram essa). Mas na verdade essa situação só se deu porque eles tocariam uma música nova que o Sandro chegou a anunciar, mas o Paulista não quis tocar. Ainda no clima da música anterior, eles tocaram 'Burzum Marley' para a galera dar aquela relaxada. Um dos pontos altos com certeza foi 'Homem-Borracha', onde várias pessoas ficaram super próximas ao palco cantando juntas com o Sandro. Para encerrar, mandaram 'Acabar com Você' e já emendaram com 'Música sem Mensagem'.
Alguns reclamaram que o show foi curto, que só tocaram 'Cachaça' do álbum 'Carne' e que deixaram alguns clássicos de fora, como 'Clube da Criança Junkie', mas em comparação aos shows anteriores, todos estavam de acordo de que esse havia sido o melhor em anos!
Após ver o Mukeka, a maior parte do povo foi embora, mas alguns bons roqueiros ainda ficaram para curtir o surf rock da banda capixaba Los Muertos Vivientes. Por não ser uma banda conhecida do público, foi bem infeliz a decisão de os colocarem para fechar o evento, pois assim muita gente deixou de conhecer o som dos caras e até de presenciar pela primeira vez uma banda em que todos os integrantes tocavam com máscaras de lucha libre (deixando qualquer Slipknot da vida morrendo de inveja)!
Agora é esperar a próxima passagem do Mukeka por aqui e torcer para que role um show de 40 minutos e, claro, que o Sandro esteja sóbrio novamente!
terça-feira, 8 de junho de 2010
A Wilhelm Scream - 06/06/10
Esse é provavelmente o texto mais legal e complicado de se escrever até hoje nesse blog. Simplesmente porque é muito difícil dizer algo que alguém ainda não saiba sobre o A Wilhelm Scream. Chega a ser repetitivo dizer sobre eles tudo o que você já ouviu e, por isso, juro que vou tentar não ser repetitivo nos adjetivos referentes à energia e vontade ou dizendo que os caras tem uma puta pressão de som, que são muito humildes e 'boas-praça', que se remexem tanto que parecem que incorporaram um encosto e coisas desse tipo; que já viraram praticamente sobrenome pros caras.
Pra isso, não preciso ficar pensando por minutos numa forma bem bonita de dizer que o show foi na Rock'n Drinks num domingo frio pra caralho em que a casa acabou - felizmente - surpreendendo os pessimistas tendo um público que, dizem as boas línguas, chegou até a dar lucros! Pra quem não sabe, o show do Rio de Janeiro foi o marraia... Digo, o último da turnê a ser fechado e havia um grande receio sobre o público presente por parte da casa. E quem é do Rio de Janeiro sabe muito bem o porquê.
E eu não poderia escrever esse texto hoje sem rasgar elogios ao que a Rock'n Drinks vem fazendo pela cena do Rio de Janeiro. A casa assumiu o risco de tomar preju pra cacete e vem acreditando na cena investindo pesado, diminuindo preço de cerveja e trazendo uma cacetada de bandas gringas como o Agent Orange, Samiam, Richie Ramone, Bambix e agora o A Wilhelm Scream. Eu sei que isso é uma espécie de rasgamento (não existe rasgação) de seda, mas é preciso que alguém exteriorize isso. Não me lembro de ter visto isso falado em quase nenhum lugar e acho importante pra cacete deixar claro a importância dessa galera ao investir no Rock, principalmente no Punk Rock e Hardcore, do Rio de Janeiro.
Dito isso, começa a parte em que você, que foi nos shows de Curitiba, Porto Alegre e São Paulo e que acabou com os merchans, sente aquele déjà vu, tendo em vista que você sabe exatamente tudo que aconteceu ou, pelo menos, lembra com muito carinho do momento em que os americanos mais simpáticos que já conheci subiram ao palco pra iniciar o show. E reparem bem quando digo "o show" e não "um show".
A banda subiu no palco mais baixo da turnê e começou o show com Me Vs Morissey..., e quem pensou que a banda ia estar sem energia, meio cansada e etc. se deu mal - ou melhor: bem! Segundo o próprio Nuno (vocal), eles comeram uma feijoada carregadona boa pra caramba que deu o maior gás (sem duplo sentido, por favor) pra eles fecharem a turnê com energia total.
Aliás, falar sobre a energia do AWS no palco é aquele tipo de coisa repetitiva da qual nunca se cansa de falar ou de ouvir. Não há novidade nenhuma em dizer que a presença dos caras é de colocar inveja em qualquer um. Eu posso ficar escrevendo pra caramba aqui e, ao menos que essas letrinhas comecem a pular, você não vai ter ideia do que é a energia desses putos ao vivo! Na boa? PUTA QUE PArééééEEUU! Só assim pra resumir.
Também não é de se imaginar outra coisa do público senão ser altamente eletrocutado pela energia dos caras. Não preciso nem de mais que 6 linhas pra dizer que em Copacabana não faltou mosh, stage dive, body surfin's animalescos e todos os etc's relativos à isso. Eu sei que é sempre assim em shows de hardcore, mas dessa dessa vez, sem dúvida, foi digno de um parágrafo - Juro!
E o show mais enérgico do ano continuou frenético com Skid Rock, When I Was Alive: Walden III, The Kids Can Eat A Bag Of Dicks e todas as canções (na ordem) que estão aqui na foto do valioso papiro musical dos caras, além das simpáticas tentativas de "falar el purtuguês" do Nuno que, pra quem não sabe, nasceu em Portugal mas não sabe falar quase nada em português; o que não quer dizer que ele não entenda a língua, claro. O cara entendeu perfeitamente quando alguém da plateia o chamou de filho de Chicholina (com outras palavras). Até porquê, a primeira coisa que a gente aprende das outras línguas são os palavrões, e com ele não seria diferente.
De qualquer forma, uma coisa que não está nessa foto do set list, que 'terminou' com The King Is Dead, é o encore que contou com William Blake Overdrive, insistentemente pedida pela galera, Famous Friends And Fashion Drunks e - de saideira - We Built This City... que proporcionou ao público ficar mais perto ainda do vocal da banda quando este desceu do palco pra cantar com a galera no teto-teto e pra coroar a música como momento de pico no fim do show ao fazer com que os mais românticos chorassem e sorrirem ao mesmo tempo.
Logicamente faltaram algumas músicas, já que o AWS é uma dessas bandas que tem o maravilhoso azar de ter muita música boa pra um show só, o que deixa na boca de todos nós um gostinho de quero mais que foi atiçado quando a banda saiu explanando para todos que vão voltar, provavelmente, no ano que vem.
No fim, não sobra muito o que dizer a não ser que agora, só agora, com as melhores dores no corpo possíveis, caiu a ficha do que eu presenciei nesse domingo. E por isso, aliás, esse humilde texto demorou pra sair.
O melhor show do ano? Só não é porque o ano ainda não acabou.
Abraços
Pra isso, não preciso ficar pensando por minutos numa forma bem bonita de dizer que o show foi na Rock'n Drinks num domingo frio pra caralho em que a casa acabou - felizmente - surpreendendo os pessimistas tendo um público que, dizem as boas línguas, chegou até a dar lucros! Pra quem não sabe, o show do Rio de Janeiro foi o marraia... Digo, o último da turnê a ser fechado e havia um grande receio sobre o público presente por parte da casa. E quem é do Rio de Janeiro sabe muito bem o porquê.
E eu não poderia escrever esse texto hoje sem rasgar elogios ao que a Rock'n Drinks vem fazendo pela cena do Rio de Janeiro. A casa assumiu o risco de tomar preju pra cacete e vem acreditando na cena investindo pesado, diminuindo preço de cerveja e trazendo uma cacetada de bandas gringas como o Agent Orange, Samiam, Richie Ramone, Bambix e agora o A Wilhelm Scream. Eu sei que isso é uma espécie de rasgamento (não existe rasgação) de seda, mas é preciso que alguém exteriorize isso. Não me lembro de ter visto isso falado em quase nenhum lugar e acho importante pra cacete deixar claro a importância dessa galera ao investir no Rock, principalmente no Punk Rock e Hardcore, do Rio de Janeiro.
Dito isso, começa a parte em que você, que foi nos shows de Curitiba, Porto Alegre e São Paulo e que acabou com os merchans, sente aquele déjà vu, tendo em vista que você sabe exatamente tudo que aconteceu ou, pelo menos, lembra com muito carinho do momento em que os americanos mais simpáticos que já conheci subiram ao palco pra iniciar o show. E reparem bem quando digo "o show" e não "um show".
A banda subiu no palco mais baixo da turnê e começou o show com Me Vs Morissey..., e quem pensou que a banda ia estar sem energia, meio cansada e etc. se deu mal - ou melhor: bem! Segundo o próprio Nuno (vocal), eles comeram uma feijoada carregadona boa pra caramba que deu o maior gás (sem duplo sentido, por favor) pra eles fecharem a turnê com energia total.
Aliás, falar sobre a energia do AWS no palco é aquele tipo de coisa repetitiva da qual nunca se cansa de falar ou de ouvir. Não há novidade nenhuma em dizer que a presença dos caras é de colocar inveja em qualquer um. Eu posso ficar escrevendo pra caramba aqui e, ao menos que essas letrinhas comecem a pular, você não vai ter ideia do que é a energia desses putos ao vivo! Na boa? PUTA QUE PArééééEEUU! Só assim pra resumir.
Também não é de se imaginar outra coisa do público senão ser altamente eletrocutado pela energia dos caras. Não preciso nem de mais que 6 linhas pra dizer que em Copacabana não faltou mosh, stage dive, body surfin's animalescos e todos os etc's relativos à isso. Eu sei que é sempre assim em shows de hardcore, mas dessa dessa vez, sem dúvida, foi digno de um parágrafo - Juro!
E o show mais enérgico do ano continuou frenético com Skid Rock, When I Was Alive: Walden III, The Kids Can Eat A Bag Of Dicks e todas as canções (na ordem) que estão aqui na foto do valioso papiro musical dos caras, além das simpáticas tentativas de "falar el purtuguês" do Nuno que, pra quem não sabe, nasceu em Portugal mas não sabe falar quase nada em português; o que não quer dizer que ele não entenda a língua, claro. O cara entendeu perfeitamente quando alguém da plateia o chamou de filho de Chicholina (com outras palavras). Até porquê, a primeira coisa que a gente aprende das outras línguas são os palavrões, e com ele não seria diferente.
De qualquer forma, uma coisa que não está nessa foto do set list, que 'terminou' com The King Is Dead, é o encore que contou com William Blake Overdrive, insistentemente pedida pela galera, Famous Friends And Fashion Drunks e - de saideira - We Built This City... que proporcionou ao público ficar mais perto ainda do vocal da banda quando este desceu do palco pra cantar com a galera no teto-teto e pra coroar a música como momento de pico no fim do show ao fazer com que os mais românticos chorassem e sorrirem ao mesmo tempo.
Logicamente faltaram algumas músicas, já que o AWS é uma dessas bandas que tem o maravilhoso azar de ter muita música boa pra um show só, o que deixa na boca de todos nós um gostinho de quero mais que foi atiçado quando a banda saiu explanando para todos que vão voltar, provavelmente, no ano que vem.
No fim, não sobra muito o que dizer a não ser que agora, só agora, com as melhores dores no corpo possíveis, caiu a ficha do que eu presenciei nesse domingo. E por isso, aliás, esse humilde texto demorou pra sair.
O melhor show do ano? Só não é porque o ano ainda não acabou.
Abraços
segunda-feira, 31 de maio de 2010
D.F.C. - 30/05/10
Sempre que começo a escrever meus humildes textos nesse humilde blog lembro da frase que fala que "O Rio é o túmulo do Rock". Sempre depois de todos os shows eu fico pensando se esse Lobão está certo ou não. Além disso, também fico imaginando as exceções que fazem valer essa regra. E se há uma exceção nessa frase, essa é a "Vertente Hardcore Porrada" (chamemos assim), porque essa ainda está bem longe da vala.
Pois bem! A Audio Rebel recebeu, em um belo domingo de 'friozin', os distrito federaienses (não sei como é o adjetivo pátrio de quem vem da caravana do Distrito Federal) do D.F.C., que ficaram cansados de tanta politicagem na tal Cidade de Merda e resolveram dar uma passadinha por aqui e lotar a fotogênica casinha botafoguense.
E você, leitor, sabe como é a vida e que o Resenha Na Lenha tem uma espécie de código de ética, não é? Enfim! Vamos bater um papo então, chefia.
Como não pude chegar à tempo de assistir à todas as bandas do dia, parei, pensei, pensei e vi que não era justo falar de umas e deixar outras de lado por incompetência minha; não dessa vez. Infelizmente, esse é um blog amador, de um cara que não passa de um rapaz - nada pontual - que gosta de Punk Rock e Hardcore. Portanto, gostaria de pedir monstruosas desculpas ao pessoal da Satangoss e D.A.D. (que não vi) e do Noskill, Halé e Destrutor (que eu vi, mas...). Então, pessoal, clica no myspace dos caras pra dar uma moral - se der, é claro!
Então, em meio às bandas de abertura, o D.F.C. subiu ao palco da Rebel mais cedo que o esperado, às 19 horas, já que não podiam perder o voo de volta pra casa, e por isso, infelizmente, tiveram que tocar bem rápido (mais ainda!).
E se eu pudesse resumir o show dos caras com um ato seria muito mais simples: bastaria dar um soco na tela. E esse extenso soco seria ao som de Petróleo Maldito, Lucro e o Fim, Censura, Existência Ignóbil, Pau no Cu do Capitalismo em Posições Obscenas, Vou Chutar a sua Cara, etc. E, se tratando de D.F.C., eu nem preciso dizer que o show foi agressivo, porrada, forte, rapidão e from hell, cumprindo todas as expectativas e, ainda por cima, sem faltar muitas músicas (show do D.F.C. sem faltar nenhuma música é difícil). Infelizmente, não rolaram as 76 músicas prometidas pelo Túlio no começo do show, mas eu juro pra você que eles fizeram o melhor que podiam no tempo que tinham com muito ódio no coração!
Ahh, e antes que você pense o contrário, é claro que não faltou a do boné (VSFNI) - praticamente um soco na cara! E é claro, também, que não faltou Mulecada 666, que fechou o show - mais dois socos na cara!
Assim, o D.F.C. fez um show tão "filho da puta", que fez até parede suar (se tocassem mais, a parede sangrava)! Aliás, tomara que da próxima vez eles toquem "menos rápido".
E, mais uma vez, desculpa às bandas. Podem me mandar ir me fuder no inferno nos comentários, se quiserem!
Abraços
Pois bem! A Audio Rebel recebeu, em um belo domingo de 'friozin', os distrito federaienses (não sei como é o adjetivo pátrio de quem vem da caravana do Distrito Federal) do D.F.C., que ficaram cansados de tanta politicagem na tal Cidade de Merda e resolveram dar uma passadinha por aqui e lotar a fotogênica casinha botafoguense.
E você, leitor, sabe como é a vida e que o Resenha Na Lenha tem uma espécie de código de ética, não é? Enfim! Vamos bater um papo então, chefia.
Como não pude chegar à tempo de assistir à todas as bandas do dia, parei, pensei, pensei e vi que não era justo falar de umas e deixar outras de lado por incompetência minha; não dessa vez. Infelizmente, esse é um blog amador, de um cara que não passa de um rapaz - nada pontual - que gosta de Punk Rock e Hardcore. Portanto, gostaria de pedir monstruosas desculpas ao pessoal da Satangoss e D.A.D. (que não vi) e do Noskill, Halé e Destrutor (que eu vi, mas...). Então, pessoal, clica no myspace dos caras pra dar uma moral - se der, é claro!
Então, em meio às bandas de abertura, o D.F.C. subiu ao palco da Rebel mais cedo que o esperado, às 19 horas, já que não podiam perder o voo de volta pra casa, e por isso, infelizmente, tiveram que tocar bem rápido (mais ainda!).
E se eu pudesse resumir o show dos caras com um ato seria muito mais simples: bastaria dar um soco na tela. E esse extenso soco seria ao som de Petróleo Maldito, Lucro e o Fim, Censura, Existência Ignóbil, Pau no Cu do Capitalismo em Posições Obscenas, Vou Chutar a sua Cara, etc. E, se tratando de D.F.C., eu nem preciso dizer que o show foi agressivo, porrada, forte, rapidão e from hell, cumprindo todas as expectativas e, ainda por cima, sem faltar muitas músicas (show do D.F.C. sem faltar nenhuma música é difícil). Infelizmente, não rolaram as 76 músicas prometidas pelo Túlio no começo do show, mas eu juro pra você que eles fizeram o melhor que podiam no tempo que tinham com muito ódio no coração!
Ahh, e antes que você pense o contrário, é claro que não faltou a do boné (VSFNI) - praticamente um soco na cara! E é claro, também, que não faltou Mulecada 666, que fechou o show - mais dois socos na cara!
Assim, o D.F.C. fez um show tão "filho da puta", que fez até parede suar (se tocassem mais, a parede sangrava)! Aliás, tomara que da próxima vez eles toquem "menos rápido".
E, mais uma vez, desculpa às bandas. Podem me mandar ir me fuder no inferno nos comentários, se quiserem!
Abraços
domingo, 30 de maio de 2010
Muzzarelas - 28/05/10
Imagina que você mora no interior de São Paulo - mais precisamente em campinas - e resolve viajar ao Rio de Janeiro, a cidade dos casamentos indie pop modernos a cidade maravilhosa! Não há nada melhor, não é?! Mas nem sempre tudo ocorre conforme o planejado. Infelizmente, sempre tem a porra de um "gambé" que vem e mete-lhe uma garfada. Garfada esta que pode ser, por exemplo, no valor de 43 garrafas de cerveja carioca. E se 'perder' um gole de cachaça pro santo já é meio chato, imagina perder 43 cervejas pra um policial?
Por que é sempre desse jeito? Não sei. Mas, pra essa (nublada) sexta-feira, na Audio Rebel em Botafogo, não era necessário saber disso, e sim, saber que o Punk Rock, o Punk Rock com o Rock depois do Punk e o Punk antes do Rock, não pode parar. Aliás, saber disso sempre foi o bastante. E quem não sabe, talvez deva ouvir mais Ramones ou quem sabe beber um pouco mais.
E, pra começar esse humilde texto, gostaria de mandar um forte abraço para os brothers da Cães de Rua - Leonardo, Cristiano, Rodolpho e Marcelinho - e dizer que da próxima vez eu juro que chego na hora do show deles. Se não, eu pago uma rodada de açaí pra todo mundo.
Seguindo a noite, rolou o show das gurias hard coreanas que moram mais longe da rebel que o Crissafe; as paraibanas do Noskill. E eu não vou dizer que as garotas fizeram um show arretado porque quem fala isso é baiano e se eu fosse levar em consideração o vocabulário baiano pra avaliar um show enérgico desses, alguns baianos poderiam se sentir até ofendidos.
Enfim, as meninas provaram no show quase mais elétrico da noite, que não vieram lá de longe de brincadeira que nem o Crissafe. Tanto que já foram descolando sua vaguinha pra tocar com o DFC. E quando eu digo que elas fizeram o show quase mais elétrico da noite é porque o Reynaldo do Plastic Fire não ia perder nesse quesito pra elas (com todo o respeito, meninas).
A Plastic Fire tocou logo depois dos Muzzarelas, por normas da casa, e fez seu show mais rápido que o mundo contrariando também a lógica, quando fez o show rápido mais "aglutinador" e cansativo que já vi - no ótimo sentido, claro!
Pés Descalços foi a ultima banda a tocar em Botafogo; infelizmente com pouco tempo e também não tanto público, mas fechou a noite tão bem que só não fechou melhor porque não tiveram tempo de terminar seu cover de Waiting Room do Fugazi.
E como a ordem dos fatores não altera o produto, falemos do show da noite!
O Rio de Janeiro estava carente de Punk Rock; muito! Fazia tempo que não se via uma banda como o Muzzarelas por aqui. Aliás, é como se os Muzzas tivessem vindo cá pro Rio só pra lembrar, aos que ainda acreditam, que o Punk Rock não morreu, nem vai morrer, nem porra nenhuma! Não enquanto houver cerveja!
Bom lembrar, também, que no meio de tantas palavras bonitas como: punk, rock e cerveja, há também espaço para mandar um "salve!" e um "salve, salve!" pro Alexandre Kiss (vocal) que acabou dando um rebate falso e não pôde comparecer no show de lançamento do mais novo álbum da banda, chamado "We Rock You Suck!", deixando os vocais por conta do Etê (Baixo) e do Stênio (Guitarra).
E os Muzzarelas começaram seu humilde show misturando os clássicos como In My Veins (Beer), The Buzz Guy, It's Hard To Be A Viking, Speed Metal Girl, Sometimes I Cry When I Watch TV e todo o resto com uma energia do tamanho da simpatia e do camaradismo do Etê, que apresentava as cervejeiras canções dedicando-as à todo tipo de gente e coisa, como: Rick Bonadinho, Emo-core, 4 cervejas, cuzões em massa, fitas demo, 4 cervejas, gambés filhos da puta do caralho, bandas ruins, 3 cervejas, etc.
Fazia um tempo, aliás, que eu não via um show com tanta coisa legal. Poderia se dizer que o ponto alto do show foi a participação do Henrique do Carbona em Mushroom Tea, mas, felizmente a surpreendente cover de SLUG, dos Ramones, roubou amigavelmente esse posto.
Mas seria impossível achar que algo poderia ser mais memorável e importante do que a lição que Etê nos ensinou quando deu o seu contrabaixo para o Stênio, que estava "sem" guitarra - já que uma de suas cordas havia acabado de escangalhar - e, ao som de I Came Here For The Beers, nos mostrou como se divertir de verdade com um pouco de Punk Rock e apenas uma lata de cerveja! Porque eu nunca me esquecerei de dois dias na história da Audio Rebel: o dia em que fizeram a bicicleta humana e o que o dia em o Etê fez chover cerveja! Porque isso sim é legal! E, felizmente para a minha memória, as duas coisas aconteceram no mesmo dia.
E obrigado, Muzzarelas, por ter feito eu me lembrar que devo ouvir mais Ramones. E tomara que eu não me esqueça de novo.
Abraços!
Por que é sempre desse jeito? Não sei. Mas, pra essa (nublada) sexta-feira, na Audio Rebel em Botafogo, não era necessário saber disso, e sim, saber que o Punk Rock, o Punk Rock com o Rock depois do Punk e o Punk antes do Rock, não pode parar. Aliás, saber disso sempre foi o bastante. E quem não sabe, talvez deva ouvir mais Ramones ou quem sabe beber um pouco mais.
E, pra começar esse humilde texto, gostaria de mandar um forte abraço para os brothers da Cães de Rua - Leonardo, Cristiano, Rodolpho e Marcelinho - e dizer que da próxima vez eu juro que chego na hora do show deles. Se não, eu pago uma rodada de açaí pra todo mundo.
Seguindo a noite, rolou o show das gurias hard coreanas que moram mais longe da rebel que o Crissafe; as paraibanas do Noskill. E eu não vou dizer que as garotas fizeram um show arretado porque quem fala isso é baiano e se eu fosse levar em consideração o vocabulário baiano pra avaliar um show enérgico desses, alguns baianos poderiam se sentir até ofendidos.
Enfim, as meninas provaram no show quase mais elétrico da noite, que não vieram lá de longe de brincadeira que nem o Crissafe. Tanto que já foram descolando sua vaguinha pra tocar com o DFC. E quando eu digo que elas fizeram o show quase mais elétrico da noite é porque o Reynaldo do Plastic Fire não ia perder nesse quesito pra elas (com todo o respeito, meninas).
A Plastic Fire tocou logo depois dos Muzzarelas, por normas da casa, e fez seu show mais rápido que o mundo contrariando também a lógica, quando fez o show rápido mais "aglutinador" e cansativo que já vi - no ótimo sentido, claro!
Pés Descalços foi a ultima banda a tocar em Botafogo; infelizmente com pouco tempo e também não tanto público, mas fechou a noite tão bem que só não fechou melhor porque não tiveram tempo de terminar seu cover de Waiting Room do Fugazi.
E como a ordem dos fatores não altera o produto, falemos do show da noite!
O Rio de Janeiro estava carente de Punk Rock; muito! Fazia tempo que não se via uma banda como o Muzzarelas por aqui. Aliás, é como se os Muzzas tivessem vindo cá pro Rio só pra lembrar, aos que ainda acreditam, que o Punk Rock não morreu, nem vai morrer, nem porra nenhuma! Não enquanto houver cerveja!
Bom lembrar, também, que no meio de tantas palavras bonitas como: punk, rock e cerveja, há também espaço para mandar um "salve!" e um "salve, salve!" pro Alexandre Kiss (vocal) que acabou dando um rebate falso e não pôde comparecer no show de lançamento do mais novo álbum da banda, chamado "We Rock You Suck!", deixando os vocais por conta do Etê (Baixo) e do Stênio (Guitarra).
E os Muzzarelas começaram seu humilde show misturando os clássicos como In My Veins (Beer), The Buzz Guy, It's Hard To Be A Viking, Speed Metal Girl, Sometimes I Cry When I Watch TV e todo o resto com uma energia do tamanho da simpatia e do camaradismo do Etê, que apresentava as cervejeiras canções dedicando-as à todo tipo de gente e coisa, como: Rick Bonadinho, Emo-core, 4 cervejas, cuzões em massa, fitas demo, 4 cervejas, gambés filhos da puta do caralho, bandas ruins, 3 cervejas, etc.
Fazia um tempo, aliás, que eu não via um show com tanta coisa legal. Poderia se dizer que o ponto alto do show foi a participação do Henrique do Carbona em Mushroom Tea, mas, felizmente a surpreendente cover de SLUG, dos Ramones, roubou amigavelmente esse posto.
Mas seria impossível achar que algo poderia ser mais memorável e importante do que a lição que Etê nos ensinou quando deu o seu contrabaixo para o Stênio, que estava "sem" guitarra - já que uma de suas cordas havia acabado de escangalhar - e, ao som de I Came Here For The Beers, nos mostrou como se divertir de verdade com um pouco de Punk Rock e apenas uma lata de cerveja! Porque eu nunca me esquecerei de dois dias na história da Audio Rebel: o dia em que fizeram a bicicleta humana e o que o dia em o Etê fez chover cerveja! Porque isso sim é legal! E, felizmente para a minha memória, as duas coisas aconteceram no mesmo dia.
E obrigado, Muzzarelas, por ter feito eu me lembrar que devo ouvir mais Ramones. E tomara que eu não me esqueça de novo.
Abraços!
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Sobre as resenhas
Bom, galera, é o seguinte: quem acompanha o blog já deve ter percebido que não tem rolado muitas resenhas. Aliás, não tem tido resenhas desde o Agent Orange na Rock'n Drinks. E eu, como o cara que tem a senha do blog, achei válido vir aqui pra bater um papo bacana com vocês pra deixar claro umas coisas e saber o que pensam de outras.
A primeira das coisas a serem ditas/escritas/lidas é que provavelmente vocês já perceberam que há um parâmetro na hora de escolher os shows a serem resenhados aqui. Só os mais relevantes do cenário carioca acabam sendo resenhados. Não por preguiça, mas sim porque se eu resenhar os shows menos relevantes será muito fácil esquecer ou não poder comparecer à algum e isso faria com que a coisa perdesse critério. E isso não é lá muito bacana.
Então, o primeiro comunicado é que não tem tem rolado shows de "grande" porte pra resenhar e por isso o blog tá meio parado.
A segunda é que há um plano B programado para não deixar o blog parar nesse marasmo de shows no Rio e que esse plano é introduzir no blog entrevistas com algumas pessoas da 'cena' carioca. Portanto, podem esperar que vai rolar uns "bagúio dessaê".
A terceira e última coisa é uma espécie de contradição da primeira - e também é bem simples.
Há alguns shows que por conta desse critério que eu inventei (de só resenhar os shows mais relevantes) não estão sendo resenhados, como foi o caso do Presto? e talvez seja o caso do Muzzarelas (28/05 - Audio Rebel) e do DFC (30/05 - Audio Rebel). Portanto, tô afim de acabar com esse critério e também resenhar shows desse porte; de bandas médias. Porque, por exemplo, o show do Presto? foi bom pra caralho e foi uma injustiça do cacete não resenhá-lo por seguir esse critério.
Ou seja, a partir de agora vou tentar resenhar também esses shows "menores", mas queria pedir pra galera não se incomodar se eu acabar esquecendo ou faltando algum show desses ou se na resenha eu não souber falar tanto das bandas, pois, shows assim acontecem de montão e nem sempre dá pra ir à todos. E poxa, sou humano e às vezes posso ter de faltar, ter algo mais importante, estar sem grana, doente, etc.
Mas a ideia e o comunicado é esse! Aliás, que vocês acham? É uma boa ideia? Se quiserem comentar, fiquem "A la vonté". Se não quiserem, fiquem "A la vonté" também.
Ahh! Também podem comentar dizendo com quem querem entrevistas e até mesmo se disponibilizarem para fazê-las, por que não?
E é isso! Belê?
Abraços!
A primeira das coisas a serem ditas/escritas/lidas é que provavelmente vocês já perceberam que há um parâmetro na hora de escolher os shows a serem resenhados aqui. Só os mais relevantes do cenário carioca acabam sendo resenhados. Não por preguiça, mas sim porque se eu resenhar os shows menos relevantes será muito fácil esquecer ou não poder comparecer à algum e isso faria com que a coisa perdesse critério. E isso não é lá muito bacana.
Então, o primeiro comunicado é que não tem tem rolado shows de "grande" porte pra resenhar e por isso o blog tá meio parado.
A segunda é que há um plano B programado para não deixar o blog parar nesse marasmo de shows no Rio e que esse plano é introduzir no blog entrevistas com algumas pessoas da 'cena' carioca. Portanto, podem esperar que vai rolar uns "bagúio dessaê".
A terceira e última coisa é uma espécie de contradição da primeira - e também é bem simples.
Há alguns shows que por conta desse critério que eu inventei (de só resenhar os shows mais relevantes) não estão sendo resenhados, como foi o caso do Presto? e talvez seja o caso do Muzzarelas (28/05 - Audio Rebel) e do DFC (30/05 - Audio Rebel). Portanto, tô afim de acabar com esse critério e também resenhar shows desse porte; de bandas médias. Porque, por exemplo, o show do Presto? foi bom pra caralho e foi uma injustiça do cacete não resenhá-lo por seguir esse critério.
Ou seja, a partir de agora vou tentar resenhar também esses shows "menores", mas queria pedir pra galera não se incomodar se eu acabar esquecendo ou faltando algum show desses ou se na resenha eu não souber falar tanto das bandas, pois, shows assim acontecem de montão e nem sempre dá pra ir à todos. E poxa, sou humano e às vezes posso ter de faltar, ter algo mais importante, estar sem grana, doente, etc.
Mas a ideia e o comunicado é esse! Aliás, que vocês acham? É uma boa ideia? Se quiserem comentar, fiquem "A la vonté". Se não quiserem, fiquem "A la vonté" também.
Ahh! Também podem comentar dizendo com quem querem entrevistas e até mesmo se disponibilizarem para fazê-las, por que não?
E é isso! Belê?
Abraços!
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Agent Orange - 18/04/10
É, amigão(ona), o que aconteceu na Rock 'n Drinks (antiga Drinkeria Maldita) em parceria com a Kopos Sujus no domingo do dia 18 não dá nem a mínima vontade de escrever uma resenha. A vontade que dá é de sentar num boteco, pegar uma cerveja e bater um papo alegre e descontraído sobre o show que foi tão bom, tão revigorante, que colocava qualquer fonte de juventude no chinelo.
Era a estreia da Rock 'n Drinks, com sua nova alcunha e foi provavelmente o melhor show da casa (contando com a época em que usavam o outro CNPJ). A casa, que praticamente virou casinha de tanta gente, se fosse viva provavelmente iria sorrir e poguear com os prédios vizinhos; era impossível não ficar alegre naquele lugar depois que o relógio marcou 21h 40m e foi foi feito o anúncio da banda californiana do dia - "Com vocês, Agent Orange!".
E, com os riffs de Pipeline e um pogo frenético, começava o show que relembrava os anos 90, até para os que não o viveram. A amizade plena, o respeito, a paz, o que construiu tudo que há de bom na cena do Rio até hoje estava presente no show junto, é claro, da velha (velha?) guarda carioca.
Ao som de Tearing Me Apart, seguida por clássico atrás de clássico, como It’s All Blur e Say It Isn’t True, o show ia ficando cada vez mais intenso. As primeiras pessoas começavam a dar seus humildes Body Surfings e a velha guarda começava a tirar a teia de aranha do cotovelo pogando como rapazes de 20 anos e, consequentemente começava a dar seus stages mostrando que Mike Palm (vocal, guitarra, fundador da banda e rei da simpatia) não era o único coroa cheio de energia da casa.
E antes que eu fique tão empolgado com pogos, stage dives, etc e me esqueça, é bom lembrar da - bela - homenagem feita pelo Mike ao presidente da Polônia que morreu há pouco tempo dedicando Too Young To Die à ele. Bacanaço!
Seguindo, a irretocável gig teve El Dorado, No Such Thing, Mr. Moto, I Kill Spies, Somebody to Love (tem algum hippie aí?), Miserlou, Breakdown, Voices In The Night e todas as músicas que os mais "chatos" podiam querer. Teve até America (para este chato que vos escreve) e Police Truck! Eu disse irretocável, chefia! Lembra?
Fora que fazia muito tempo que não via um show desses, perfeito na duração e na set. Na maioria das vezes as bandas acabam tocando músicas de menos ou acaba tocando músicas demais e, por isso, quando faltam 3 músicas pro fim o público já está meio indisposto. Mas não com o Agent Orange! Com eles foi na medida! Também, é fácil de se entender isso já que a banda está na pista há um bom tempo e provavelmente já conhece todos esses macetes.
E, antes que você pense o contrário ou pense que eu esqueci, claro que Bloodstains foi a responsável pelo famoso ponto alto do show. Aliás, a casa quase quebrou no meio! E seria até ingrato usar de um português menos claro pra definir esse momento. Mas como isso era muito óbvio - o que não deixou o show nem um pouco menos legal - deixei pra dizer isso no final em um maravilhoso e tradicional parágrafo exclusivo.
Fechando o show, The Last Good Bye dava o melhor tchau do ano; era o fim perfeito (e olha a palavra 'perfeito' aí de novo)!
E com a missão (turnê) cumprida da melhor forma possível o Agent Orange só foi mau em não deixar o Social Distortion fazer o show do ano...
Abraços!
Era a estreia da Rock 'n Drinks, com sua nova alcunha e foi provavelmente o melhor show da casa (contando com a época em que usavam o outro CNPJ). A casa, que praticamente virou casinha de tanta gente, se fosse viva provavelmente iria sorrir e poguear com os prédios vizinhos; era impossível não ficar alegre naquele lugar depois que o relógio marcou 21h 40m e foi foi feito o anúncio da banda californiana do dia - "Com vocês, Agent Orange!".
E, com os riffs de Pipeline e um pogo frenético, começava o show que relembrava os anos 90, até para os que não o viveram. A amizade plena, o respeito, a paz, o que construiu tudo que há de bom na cena do Rio até hoje estava presente no show junto, é claro, da velha (velha?) guarda carioca.
Ao som de Tearing Me Apart, seguida por clássico atrás de clássico, como It’s All Blur e Say It Isn’t True, o show ia ficando cada vez mais intenso. As primeiras pessoas começavam a dar seus humildes Body Surfings e a velha guarda começava a tirar a teia de aranha do cotovelo pogando como rapazes de 20 anos e, consequentemente começava a dar seus stages mostrando que Mike Palm (vocal, guitarra, fundador da banda e rei da simpatia) não era o único coroa cheio de energia da casa.
E antes que eu fique tão empolgado com pogos, stage dives, etc e me esqueça, é bom lembrar da - bela - homenagem feita pelo Mike ao presidente da Polônia que morreu há pouco tempo dedicando Too Young To Die à ele. Bacanaço!
Seguindo, a irretocável gig teve El Dorado, No Such Thing, Mr. Moto, I Kill Spies, Somebody to Love (tem algum hippie aí?), Miserlou, Breakdown, Voices In The Night e todas as músicas que os mais "chatos" podiam querer. Teve até America (para este chato que vos escreve) e Police Truck! Eu disse irretocável, chefia! Lembra?
Fora que fazia muito tempo que não via um show desses, perfeito na duração e na set. Na maioria das vezes as bandas acabam tocando músicas de menos ou acaba tocando músicas demais e, por isso, quando faltam 3 músicas pro fim o público já está meio indisposto. Mas não com o Agent Orange! Com eles foi na medida! Também, é fácil de se entender isso já que a banda está na pista há um bom tempo e provavelmente já conhece todos esses macetes.
E, antes que você pense o contrário ou pense que eu esqueci, claro que Bloodstains foi a responsável pelo famoso ponto alto do show. Aliás, a casa quase quebrou no meio! E seria até ingrato usar de um português menos claro pra definir esse momento. Mas como isso era muito óbvio - o que não deixou o show nem um pouco menos legal - deixei pra dizer isso no final em um maravilhoso e tradicional parágrafo exclusivo.
Fechando o show, The Last Good Bye dava o melhor tchau do ano; era o fim perfeito (e olha a palavra 'perfeito' aí de novo)!
E com a missão (turnê) cumprida da melhor forma possível o Agent Orange só foi mau em não deixar o Social Distortion fazer o show do ano...
Abraços!
sábado, 17 de abril de 2010
Social Distortion - 16/04/10
Eram 20h da terceira sexta-feira de abril de 2010 quando abriram-se os portões do Circo Voador para que, depois de 31 longos anos, muita gente pudesse ter a sensação de que pode morrer sem medo de não ter visto Mike Ness e companhia. Finalmente o Social Distortion estava no Brasil e mais: no Rio de Janeiro, o túmulo do rock.
E como não podia deixar de ser, esse tempo todo acumulou muita gente que não perderia por nada a presença dos californianos por aqui, ou seja, o público felizmente não decepcionou como alguns achavam que poderia ser quando viram o preço do ingresso e ainda mais quando viram a lona vazia que só enquanto rolava o show do Carbona, que abria a noite.
Carbona que teve a cascuda e maravilhosa missão de abrir para as maiores lendas em atividade do punk rock internacional e que fez muito bem seu humilde trabalho da noite. O Circo ainda estava vazio, é verdade, mas pra quem estava dentro da lona ansioso pra cacete foi um ótimo show; aliviou a tensão muito bem. Mas uma coisa que me chamou a atenção foi a ausência do Melvin (baixista do Carbona), em viagem sei lá pra onde, que foi substituído pelo Lerik, que segurou muito bem a onda, aliás. E, particularmente, fico com uma certa pena do Melvin por ter perdido a noite - então, um abraço Melvin! Não esquecemos de você neste lindo dia.
Feito o show anti-ansiedade dos Carbonas, começava a arrumação pro show mais aguardado no Rio desde... Sei lá... Ramones?
E depois de uma certa espera a banda entra aos poucos, começam os acordes de Road Zombie e a vida de muitos passa à frente de seus ouvidos e em seguida à frente de seus olhos ao ver que Mike Ness, aquele cara que muitos ouviam há tanto tempo, mas nunca tinham visto de verdade, realmente existia.
Em seguida, Under My Thumbs dava calafrios e anunciava a todos a voz de Ness, provando de uma vez por todas a existência do ídolo. E assim começava a set list (aqui) que divergiu opiniões entre todos! Se por um lado não faltaram músicas importantes como Bad Luck, Bye Bye Baby, Ball And Chains, Ring Of Fire (que fechou o show) etc, era impossível não faltar outras músicas, como Cold Feelings, I Was Wrong, Story Of My Life, entre outros. O Social tem o invejável "defeito" de ser, digamos... Bom demais pra caber em um só show.
A verdade é que a banda é perfeita pra cada um de uma forma pessoal e única. E pra mim, como autor desse humilde texto, é impossível citar um momento ou outro como ponto alto do show; essa parte cabe a você, leitor! Alguns acharam que foi Reach For The Sky (eu), outros que foi Another State Of Mind, outros acharam que foi Don't Drag Me Down, outros Highway 101, outros acharão que o melhor momento foi o tombo mais maneiro do mundo de Mike Ness, outros acharão que foi simplesmente tudo, enfim! A banda viverá sempre com isso. E é esse um dos enumeráveis diferenciais do SD.
E de alguma forma esse era o tipo de show em que muito antes de se saber até mesmo o preço do ingresso já se sabia que iria ser maravilhoso, inesquecível e, para muitos, a realização de um sonho. E digo mais: a "falta" de algumas músicas faz, pelo menos para este que vos escreve, com que o show pareça interminável de alguma forma. É como se ainda estivéssemos lá e que a banda ainda voltaria pra tocar todas as músicas que faltam para você ou para mim.
Um desses famosos shows que não terminam. Para muitos o show do ano. Ou seria da década? Aí é com você, amigão!
Abraços!
E como não podia deixar de ser, esse tempo todo acumulou muita gente que não perderia por nada a presença dos californianos por aqui, ou seja, o público felizmente não decepcionou como alguns achavam que poderia ser quando viram o preço do ingresso e ainda mais quando viram a lona vazia que só enquanto rolava o show do Carbona, que abria a noite.
Carbona que teve a cascuda e maravilhosa missão de abrir para as maiores lendas em atividade do punk rock internacional e que fez muito bem seu humilde trabalho da noite. O Circo ainda estava vazio, é verdade, mas pra quem estava dentro da lona ansioso pra cacete foi um ótimo show; aliviou a tensão muito bem. Mas uma coisa que me chamou a atenção foi a ausência do Melvin (baixista do Carbona), em viagem sei lá pra onde, que foi substituído pelo Lerik, que segurou muito bem a onda, aliás. E, particularmente, fico com uma certa pena do Melvin por ter perdido a noite - então, um abraço Melvin! Não esquecemos de você neste lindo dia.
Feito o show anti-ansiedade dos Carbonas, começava a arrumação pro show mais aguardado no Rio desde... Sei lá... Ramones?
E depois de uma certa espera a banda entra aos poucos, começam os acordes de Road Zombie e a vida de muitos passa à frente de seus ouvidos e em seguida à frente de seus olhos ao ver que Mike Ness, aquele cara que muitos ouviam há tanto tempo, mas nunca tinham visto de verdade, realmente existia.
Em seguida, Under My Thumbs dava calafrios e anunciava a todos a voz de Ness, provando de uma vez por todas a existência do ídolo. E assim começava a set list (aqui) que divergiu opiniões entre todos! Se por um lado não faltaram músicas importantes como Bad Luck, Bye Bye Baby, Ball And Chains, Ring Of Fire (que fechou o show) etc, era impossível não faltar outras músicas, como Cold Feelings, I Was Wrong, Story Of My Life, entre outros. O Social tem o invejável "defeito" de ser, digamos... Bom demais pra caber em um só show.
A verdade é que a banda é perfeita pra cada um de uma forma pessoal e única. E pra mim, como autor desse humilde texto, é impossível citar um momento ou outro como ponto alto do show; essa parte cabe a você, leitor! Alguns acharam que foi Reach For The Sky (eu), outros que foi Another State Of Mind, outros acharam que foi Don't Drag Me Down, outros Highway 101, outros acharão que o melhor momento foi o tombo mais maneiro do mundo de Mike Ness, outros acharão que foi simplesmente tudo, enfim! A banda viverá sempre com isso. E é esse um dos enumeráveis diferenciais do SD.
E de alguma forma esse era o tipo de show em que muito antes de se saber até mesmo o preço do ingresso já se sabia que iria ser maravilhoso, inesquecível e, para muitos, a realização de um sonho. E digo mais: a "falta" de algumas músicas faz, pelo menos para este que vos escreve, com que o show pareça interminável de alguma forma. É como se ainda estivéssemos lá e que a banda ainda voltaria pra tocar todas as músicas que faltam para você ou para mim.
Um desses famosos shows que não terminam. Para muitos o show do ano. Ou seria da década? Aí é com você, amigão!
Abraços!
segunda-feira, 29 de março de 2010
Dead Fish - 26/03/10
Era uma vez uma banda desconhecida chamada Dead Fish que já tinha feito um show no estado do Rio de Janeiro em 2010, mas que ainda não tinha tocado na capital do estado no ano, o que quer dizer que os moradores da cidade não viam a banda na terra dos 3 Malandros desde novembro do ano anterior; um espaço de tempo curto na verdade. 4 meses não é tanto tempo assim e geralmente a frequência de um determinado show acaba ocasionando uma diminuição do público, mas se você prestou atenção, lembrará que eu estou falando de uma banda chamada Dead Fish.
Você, amigo leitor que acompanha o Dead Fish há algum tempo deve lembrar daquela fase em que a banda tomava pedrada de tudo quanto é lado por ter assinado com a Deckdisc. Era chamada de vendida, traidora, hipócrita, feia, boba, cara de melão, entre outras coisas. Por essa fase "obscura" sempre se teve o receio de que a banda fosse perder fãs, cair num fosso profundo, e etc. Mas a verdade é que depois de 6 anos os fatos acabam provando que o Dead Fish não mudou em nada, visto que se tivessem realmente nos traído, nada explicaria o fato da banda ter provavelmente os fãs mais fiéis do hardcore brasileiro.
A religiosidade dos fãs da banda impressiona. Sempre que os capixabas tocam na cidade o público comparece exatamente da mesma forma, em bom número, não importando quando e até mesmo quanto. Sem falar no aspecto familiar que os shows da banda têm por sempre contarem com a presença dos mesmos fiéis e numerosos fãs. O que, resumindo, quer dizer que eu não preciso dizer lá muita coisa sobre a presença de mais um bom público no show dessa sexta no Circo Voador.
A noite começou com o Gigante Animal (SP), mas como eu, infelizmente, tenho sido um péssimo "resenhista" acabei chegando atrasado mais uma vez e acabei não vendo a banda de abertura, já que estava em um outro show, na Rebel. E, sim, eu sei que você leitor deve estar pensando: "Porra! Quer resenhar, resenha direito!" Mas eu também sei que na verdade a maioria está aqui mesmo é pelo Dead Fish. Portanto vamos lá!
Por volta das 00h começava o que seria pra muitos (inclusive pra mim) o melhor show do Dead Fish no Rio de Janeiro dos últimos 5 anos no mínimo! Eu sei que essa frase aleatória no meio do texto acaba soando estranha; que eu deveria ter dado esse tipo de ênfase no inicio do texto, pois assim manda a cartilha. Mas é simples, amigo. É que assim como no texto, foi só no meio do show, também estranhamente, que percebi isso.
Ainda é estranho, né? Então lê de novo: O Dead Fish fez na última sexta-feira, no Rio de Janeiro, o melhor show dos últimos 5 anos no mínimo!
Autonomia abriu a set list do que pode ser considerado a definição correta de um show de hardcore: Respeito, amizade, paz, cooperatividade, diversão e tudo de bom à que se tem direito. Depois de anos dessa religiosidade nos shows do Dead Fish (8ª vez que escrevo o nome da banda) um show sem brigas, sem fraturas, com pouquíssimos stage divings com os pés pra baixo, com pouquíssimas macaquices no palco - lembrando que desde que a banda queira a pessoa em cima do palco por mais tempo que o normal de um stage está tudo bem em se estender lá em cima, como foi o caso de Descartáveis em que uma adorável senhorita mandou seu recado (que ninguém entendeu, tadinha).
O destaque do, mais do que nunca, memorável show deveria ter sido o fato de terem tocado músicas como Molotov, Modificar, Fora do Mapa, Um Homem Só e Iceberg que raramente são tocadas, e quando eu falo deveria, é porque deveria mesmo! Lembrar que o que aconteceu enquanto tocavam essas músicas acabou virando um detalhe quando comparado com o momento quase unânime (unanimidade é burra) do Circle Pit em Sonho Médio deixa qualquer um com certeza de que o show não foi qualquer coisa.
Dessa vez, não tenho histórias de pessoas que roubaram protetores auriculares, que tomaram cuecão, que quebraram a perna, que tiraram foto com alguém em cima do palco no meio do show, nem nada. Apenas fraturas felizes, finalmente! A única infelicidade foi o doloroso fim do show, que ao som de Venceremos trouxe também consigo a alegria de saber que tudo acabou bem, depois de tanto tempo.
E não sai da minha cabeça a voz de um amigo me perguntando algumas vezes: "Quando vai começar de verdade o show do Dead Fish?" de tão surpreendente que foi o show.
Mas a verdade é que esse sim foi um autêntico show do Dead Fish.
Abraços!
Você, amigo leitor que acompanha o Dead Fish há algum tempo deve lembrar daquela fase em que a banda tomava pedrada de tudo quanto é lado por ter assinado com a Deckdisc. Era chamada de vendida, traidora, hipócrita, feia, boba, cara de melão, entre outras coisas. Por essa fase "obscura" sempre se teve o receio de que a banda fosse perder fãs, cair num fosso profundo, e etc. Mas a verdade é que depois de 6 anos os fatos acabam provando que o Dead Fish não mudou em nada, visto que se tivessem realmente nos traído, nada explicaria o fato da banda ter provavelmente os fãs mais fiéis do hardcore brasileiro.
A religiosidade dos fãs da banda impressiona. Sempre que os capixabas tocam na cidade o público comparece exatamente da mesma forma, em bom número, não importando quando e até mesmo quanto. Sem falar no aspecto familiar que os shows da banda têm por sempre contarem com a presença dos mesmos fiéis e numerosos fãs. O que, resumindo, quer dizer que eu não preciso dizer lá muita coisa sobre a presença de mais um bom público no show dessa sexta no Circo Voador.
A noite começou com o Gigante Animal (SP), mas como eu, infelizmente, tenho sido um péssimo "resenhista" acabei chegando atrasado mais uma vez e acabei não vendo a banda de abertura, já que estava em um outro show, na Rebel. E, sim, eu sei que você leitor deve estar pensando: "Porra! Quer resenhar, resenha direito!" Mas eu também sei que na verdade a maioria está aqui mesmo é pelo Dead Fish. Portanto vamos lá!
Por volta das 00h começava o que seria pra muitos (inclusive pra mim) o melhor show do Dead Fish no Rio de Janeiro dos últimos 5 anos no mínimo! Eu sei que essa frase aleatória no meio do texto acaba soando estranha; que eu deveria ter dado esse tipo de ênfase no inicio do texto, pois assim manda a cartilha. Mas é simples, amigo. É que assim como no texto, foi só no meio do show, também estranhamente, que percebi isso.
Ainda é estranho, né? Então lê de novo: O Dead Fish fez na última sexta-feira, no Rio de Janeiro, o melhor show dos últimos 5 anos no mínimo!
Autonomia abriu a set list do que pode ser considerado a definição correta de um show de hardcore: Respeito, amizade, paz, cooperatividade, diversão e tudo de bom à que se tem direito. Depois de anos dessa religiosidade nos shows do Dead Fish (8ª vez que escrevo o nome da banda) um show sem brigas, sem fraturas, com pouquíssimos stage divings com os pés pra baixo, com pouquíssimas macaquices no palco - lembrando que desde que a banda queira a pessoa em cima do palco por mais tempo que o normal de um stage está tudo bem em se estender lá em cima, como foi o caso de Descartáveis em que uma adorável senhorita mandou seu recado (que ninguém entendeu, tadinha).
O destaque do, mais do que nunca, memorável show deveria ter sido o fato de terem tocado músicas como Molotov, Modificar, Fora do Mapa, Um Homem Só e Iceberg que raramente são tocadas, e quando eu falo deveria, é porque deveria mesmo! Lembrar que o que aconteceu enquanto tocavam essas músicas acabou virando um detalhe quando comparado com o momento quase unânime (unanimidade é burra) do Circle Pit em Sonho Médio deixa qualquer um com certeza de que o show não foi qualquer coisa.
Dessa vez, não tenho histórias de pessoas que roubaram protetores auriculares, que tomaram cuecão, que quebraram a perna, que tiraram foto com alguém em cima do palco no meio do show, nem nada. Apenas fraturas felizes, finalmente! A única infelicidade foi o doloroso fim do show, que ao som de Venceremos trouxe também consigo a alegria de saber que tudo acabou bem, depois de tanto tempo.
E não sai da minha cabeça a voz de um amigo me perguntando algumas vezes: "Quando vai começar de verdade o show do Dead Fish?" de tão surpreendente que foi o show.
Mas a verdade é que esse sim foi um autêntico show do Dead Fish.
Abraços!
Assinar:
Postagens (Atom)